O líder chinês, Xi Jinping, afirmou ao presidente russo, Vladimir Putin, que buscará “consolidar a amizade entre os dois povos por gerações”, como “bons vizinhos, amigos e parceiros”. Putin chegou a Pequim nesta quinta (16) para uma visita de dois dias, a primeira após ser reeleito.
Xi acrescentou que a relação bilateral foi “duramente conquistada”, resistindo às “mudanças nas circunstâncias internacionais”, e que é preciso valorizá-la, prometendo atuar em conjunto para “defender a eqüidade e a justiça no mundo”. Descreveu a conversa como “sincera e cordial”.
Também com comentários genéricos, Putin afirmou que a própria conversa mostram a importância da relação bilateral, que descreveu como um dos principais fatores de “estabilização” no mundo, hoje, não se voltando “contra ninguém”.
Acrescentou que as prioridades no diálogo com Xi foram comércio, investimento e energia, esta com “planos concretos” ainda não divulgados. Sobre segurança regional, questionou a criação de “blocos militares fechados” na Ásia, em referência àqueles que vêm sendo montados pelos Estados Unidos.
Também em menção indireta aos EUA, Xi falou contra a “mentalidade de Guerra Fria” baseada na busca de “hegemonia unilateral e confronto de blocos”. O relato chinês do encontro sublinhou, como “central para a parceria estratégica ampla” sino-russa, o “apoio mútuo e firme em questões ligadas às grandes preocupações e aos interesses fundamentais de cada um”.
Em comunicado conjunto, segundo a rede CCTV, China e Rússia se comprometeram a garantir a segurança econômica mútua e a cooperar em “projetos energéticos de grande escala”, uma provável referência ao gasoduto Power of Siberia 2, ainda não firmado. Também apontaram a necessidade de parar com ações, sem especificar quais, que prolonguem a Guerra de Ucrânia.
Após duas horas e meia de reunião, os líderes e outras autoridades chinesas e russas assinaram documentos diante da imprensa no Grande Salão do Povo, em Pequim, encerrando com um aperto de mãos de Xi e Putin. Os dois já se reuniram mais de 40 vezes desde a primeira, em 2010.
Comentando o encontro em mídia social chinesa, o jornalista e influenciador Hu Xijin, marcadamente pró-governo, escreveu que a China é hoje “a única potência mundial que pode receber os líderes ocidentais e da Rússia“, referência aos encontros de Xi com líderes europeus nas últimas semanas. E que “a guerra trouxe problemas para a China”, nas relações com o Ocidente, “mas é algo que o país pode controlar”.