O líder chinês, Xi Jinping, enviou mensagem nesta quinta-feira (15) ao presidente Lula, propondo usar o 50º aniversário das relações bilaterais “como um novo ponto de partida para fortalecer o alinhamento das estratégias de desenvolvimento”, sem detalhar.
Ele deve fazer uma visita de Estado a Brasília em novembro, e os dois países já vêm negociando acordos, inclusive uma eventual entrada do Brasil na Iniciativa Cinturão e Rota, programa chinês para infraestrutura no exterior.
Na última semana, Xi enviou ao Brasil a vice-chanceler Hua Chunying, que se reuniu por cerca de quatro horas com a secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, e o secretário do órgão para a Ásia e o Pacífico, Eduardo Paes Saboia.
Em mídia social, Hua afirmou ter mantido “conversas profundas” com a colega brasileira, visando “levar a cooperação a patamares ainda mais elevados”, também sem detalhar.
Hua e Rocha voltaram a se reunir dias depois em Montevidéu, no Uruguai, quando o diálogo China–Mercosul, segundo a diplomata chinesa, “começou a pisar no acelerador”. Participou também a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres.
Segundo Nicolás Albertoni, vice-chanceler do Uruguai, país que neste ano está na presidência do Mercosul, a China deve apresentar nos próximos meses um esboço de plano do fortalecimento do diálogo. O governo uruguaio defende que o bloco sul-americano e Pequim fechem um acordo comercial.
Em sua mensagem a Lula, Xi escreveu que em meio século a relação bilateral, “independentemente das mudanças no cenário internacional, manteve um desenvolvimento estável, com influência global cada vez mais proeminente e estratégica”.
Citou que ambos assumiram “papéis significativos na contribuição para a paz mundial”, aparente referência ao documento bilateral sobre a Guerra na Ucrânia, dois meses atrás. Segundo o líder chinês, “são bons parceiros que pensam da mesma forma, que se unem e avançam juntos”.
De sua parte, também em mensagem, Lula afirmou que os dois países “traçarão um novo caminho juntos”.
Acrescentou, neste momento em que o Brasil busca ampliar para além das commodities as suas exportações à China, que a cooperação bilateral vem se tornando “cada vez mais diversificada”. Os vices Geraldo Alckmin e Han Zheng também trocaram mensagens por escrito.
Em artigo publicado nesta quinta pelo China Daily, de Pequim, o presidente brasileiro defendeu maior cooperação, especificamente, em “áreas na fronteira do conhecimento, como inteligência artificial, semicondutores e energias renováveis” e limpas, citando eólica, solar e biomassa.