No sábado, o New York Times registrou que, “pelo WhatsApp, israelenses alertam uns aos outros para não olhar o X, ‘você pode ver alguém que conhece'”. E mais, “pessoas alertam que os vídeos podem ser parte de uma campanha para alimentar o medo entre os israelenses”.
O primeiro dia da guerra foi tomado pelas cenas do avanço palestino, em sua grande maioria restritas ao X e, com mais crueza, ao Telegram. Foi o que levou à reação, por exemplo, do ucraniano Volodimir Zelenski nos mesmos Telegram e X: “Hoje, o mundo inteiro viu vídeos horríveis de Israel”.
Canais de guerra no Telegram com repercussão no Ocidente, como Rybar, também mudaram seu foco para Israel e Gaza, com mapas e análises sobre equipamento usado etc. —além da correção dos exageros, como o de que o Hamas já estaria próximo da Cisjordânia.
No final do sábado, começou a destruição aérea dos prédios de Gaza e a cobertura retornou às imagens de palestinos como alvo e aos meios tradicionais. A cena que marcou a troca foi da repórter da Al Jazeera, ao vivo, com o míssil explodindo no primeiro edifício, ao fundo.
Ainda assim, ela se espalhou mais via X, misturada no domingo àquelas de Tel Aviv bombardeada e tanques queimados. O papel da plataforma de Elon Musk e do Telegram de Pavel Durov, neste conflito, lembra o marco que foi a transmissão da CNN há três décadas, em Bagdá.
Russo hoje estabelecido nos Emirados Árabes, Durov não se pronunciou, mas o americano Musk, cada vez mais à vontade na função de publisher, saudou e justificou sua plataforma: “Notícia [news], por definição, é informação nova. X é em tempo real, portanto, a mais nova“.
INTELIGÊNCIA
Foi também através da plataforma que um correspondente do NYT apontou “o fracasso de inteligência dos EUA“, não só de Israel, sublinhando que o assessor de Segurança Nacional afirmava, há uma semana, que o Oriente Médio vivia seu estado “mais calmo” em décadas.
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