A ucraniana Lidia Lomikovskaya, de 97 anos, fugiu da guerra a pé. Andou por dez quilômetros para escapar da invasão russa. “Continuei andando e pensando: ‘Se eles atirarem em mim, que seja. Se me matarem, fazer o quê?’ Eu estava sem documentos, sem nada”, conta a moradora de Ocheretyne.
Lidia decidiu fugir depois que o vilarejo onde ela morava, no leste da Ucrânia, foi tomado por combates. E uma bomba atingiu a casa do vizinho. Ela atravessou a linha de frente sob fogo cruzado. “Caí no chão e apaguei. Dormi por uns dez minutos”, diz Lidia.
Ela andou um dia inteiro, sem comida nem água. Até ser vista por soldados ucranianos. Eles a levaram para um lugar seguro, e depois ela conseguiu reencontrar a família.
Lidia, que já tinha sobrevivido à ocupação alemã durante a Segunda Guerra, agora não tem para onde voltar. A casa dela está em ruínas. Ela espera estar viva para ver o fim desta guerra. “Eu já não sei mais o que fazer. Essa guerra provavelmente não vai acabar. Quem me dera se acabasse.”