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Vídeo: Aliados de Evo jogam plantas no líder do Congresso – 08/11/2024 – Mundo

A rixa entre o ex-presidente da Bolívia Evo Morales e o atual dirigente do país, Luis Arce, ganhou contornos cartunescos nesta sexta-feira (8). Aliados de Evo no Congresso jogaram as plantas e flores que faziam parte da decoração na mesa diretora. Era um protesto contra Arce, pouco antes de ele chegar para discursar.

Em vídeos compartilhados por veículos locais, é possível ver os integrantes da mesa usando um blazer como escudo para impedir o vice-presidente e líder do Legislativo, David Choquehuanca, de ser atingido.

“Peço desculpas ao povo boliviano, aos deputados, senadores e convidados especiais por essa atitude vergonhosa de alguns membros da Assembleia. A sessão para entregar o relatório da Presidência não poderá ser instalada”, ouve-se Choquehuanca dizer no momento.

Os deputados pró-Evo também tentaram impedir Arce de entrar na Câmara em meio a gritos e empurrões, colaborando para sabotar o pronunciamento. O presidente pretendia apresentar ao Congresso um relatório por ocasião do início de seu último ano de mandato, que termina em 8 de novembro de 2025.

Arce repudiou, no entanto, as ações dos aliados de Evo, e disse que elas demonstram que eles “não têm nem vontade de dialogar nem de abandonar suas atitudes violentas que tanto estão causando dano ao país”.

Arce se referia aos bloqueios a rodovias que os partidários do líder indígena vêm realizando nas últimas semanas. Segundo o governo, as manifestações já deixaram 127 feridos, sendo 92 deles policiais, além de cerca de 180 detidos, e causaram prejuízos no valor de US$ 2,1 milhões (R$ 12 milhões), afetando, entre outros, a distribuição de gasolina.

Os bloqueios foram interrompidos na quarta-feira (6), segundo os manifestantes por “razões humanitárias” —eles disseram que fariam uma trégua de 72 horas nos protestos devido à morte de quatro membros de suas fileiras em confrontos com a polícia. O governo, que na semana passada passou a mobilizar o Exército nas operações de liberação das vias, nega os óbitos, e o Ministério Público boliviano tampouco registrou denúncias nesse sentido.

Enquanto isso, Evo segue a greve de fome que iniciou naquela ocasião para pedir ao governo “que pare com a repressão”. Ele acusa, sem provas, o atual presidente de ter conhecimento de planos para eliminá-lo “política e fisicamente”, e afirma ter sido alvo de uma emboscada para matá-lo orquestrada pelo ministro de Governo, Eduardo del Castillo.

Evo e Arce, que são ex-aliados, disputam a indicação do partido MAS (Movimento ao Socialismo) para concorrer à Presidência no ano que vem.

Embora o ex-presidente ainda goze de ampla popularidade em alguns setores, seu pleito enfrenta uma série de desafios. Ele a princípio está proibido de concorrer novamente ao posto pela máxima instância judicial do país, o Tribunal Constitucional, que em dezembro passado decidiu que o tempo limite de chefes de Estado no poder é de dois mandatos —Evo governou o país por quase três, de 2006 a 2019.

Além disso, no início do mês passado o Ministério Público abriu uma investigação contra Evo por suspeitas de que ele estuprou e engravidou uma adolescente em 2015. O líder diz que o caso foi arquivado em 2020 e ressuscitado por motivos políticos.

Foi a sua recusa em comparecer a um depoimento sobre o caso, no entanto, que deu início aos bloqueios rodoviários que vêm paralisando o país, uma vez que sua ausência daria margem para a emissão de uma ordem de prisão contra ele.

Fonte: Folha de São Paulo

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