Um apagão foi registrado na madrugada desta sexta-feira (30) na Venezuela, incluindo a capital Caracas, afirmou o ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, que atribuiu o problema a uma suposta sabotagem.
“Estamos informando que aproximadamente às 4h40 da madrugada (5h40 de Brasília) de sexta-feira, 30 de agosto, aconteceu na Venezuela uma sabotagem elétrica, uma sabotagem contra o sistema nacional elétrico, que afetou quase todo o território nacional”, afirmou o ministro ao canal estatal VTV.
“Os 24 estados estão reportando falta total ou parcial de fornecimento de energia elétrica”, declarou Ñáñez.
O incidente joga incerteza sobre a audiência da manhã desta sexta-feira (30) para a qual foi convocado Edmundo González, principal opositor do ditador Nicolás Maduro nas eleições do final de julho. É a terceira vez que o Ministério Público convoca o diplomata a prestar depoimento —ele pode ser alvo de um mandado de prisão se, como nas duas vezes anteriores, decidir não comparecer.
O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, não respondeu imediatamente à agência de notícias Reuters sobre a manutenção da audiência.
Os apagões têm sido frequentes na Venezuela há uma década. O pior deles ocorreu em março de 2019, deixando o país às escuras por vários dias.
Regiões do oeste do país como Táchira e Zulia, estado importante para o setor petrolífero, têm sofrido cortes diários de energia.
A ditadura normalmente atribui essas falhas a supostas conspirações orquestradas pelos Estados Unidos e pela oposição para derrubá-lo.
Líderes da oposição e analistas independentes responsabilizam o regime pela falta de investimento, incompetência e corrupção.
“É uma nova sabotagem elétrica”, disse o ministro. “Vivemos isso em 2019, sabemos o que nos custou em 2019, sabemos o que nos custou recuperar o sistema elétrico nacional desde então e hoje estamos enfrentando isso”.