A coalizão opositora ao ditador Nicolás Maduro na Venezuela vai protestar na quarta-feira (11) em Caracas e outras capitais latino-americanas para pedir que o presidente Lula (PT) interceda pela liberdade de todos os presos políticos do país.
“Nos mobilizamos, na Venezuela e no mundo, para a sede diplomática do governo brasileiro para solicitar sua mediação na libertação de todos os presos políticos e o fim da repressão”, diz convocação publicada na redes sociais pelo partido Vente Venezuela, legenda da principal opositora de Maduro, María Corina Machado— e da campanha de Edmundo González, diplomata que entrou no lugar da favorita, inabilitada pelo regime, na corrida presidencial.
Em Caracas, a concentração será às 10h, na praça Bolívar de Chacao. Os manifestantes pretendem caminhar até a embaixada brasileira.
Segundo a ONG Foro Penal, o país registra quase 1.800 prisões políticas -1.659 delas desde o final de julho, quando começaram os protestos após o Conselho Eleitoral da Venezuela afirmar que Maduro venceu a eleição.
A maioria dos presos é formada por homens (1.568 contra 225 mulheres). São 1.636 civis e 157 militares. Além de 1.734 adultos, há 59 adolescentes detidos.
A Venezuela vive a terceira grande onda repressiva desse século. González deixou a Venezuela em direção à Espanha, onde pediu asilo político, na noite de sábado (7).
O Brasil não reconheceu a reeleição de Maduro, mas tampouco disse entender que a oposição triunfou tal qual fizeram ao menos outros seis países, os latino-americanos Costa Rica, Equador, Uruguai, Panamá e Peru e os Estados Unidos.
O argumento da diplomacia brasileira é o de que é preciso preservar canais de comunicação com o governo em Caracas. Em uma entrevista na sexta (6), Lula declarou que não romperá relações com Maduro.