Os líderes da União Europeia concordaram nesta quinta-feira (21) em discutir a entrada da Bósnia-Herzegovina no bloco, mas ressaltaram que o país teria que realizar mais reformas antes das negociações começarem.
“Parabéns! Seu lugar é em nossa família europeia”, disse Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, em uma publicação nas redes sociais. “A decisão de hoje é um passo fundamental para o seu caminho rumo à UE. Agora, o trabalho árduo precisa continuar para que a Bósnia-Herzegovina avance de forma constante, como seu povo deseja.”
A decisão tomada em uma cúpula em Bruxelas é amplamente vista como um passo histórico para a Bósnia, aumentando as esperanças de que o país possa superar a instabilidade marcada por rivalidades étnicas e ameaças de secessão, quase três décadas após o fim de uma guerra devastadora, que deixou cerca de 150 mil mortos.
“Hoje é um dos melhores dias na história da Bósnia-Herzegovina”, disse o ministro das Relações Exteriores, Elmedin Konaković, à imprensa local enquanto a rua principal de Sarajevo era decorada com centenas de bandeiras da União Europeia.
O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, também saudou a decisão. “O projeto de paz europeu está crescendo, [o que representa] um sinal claro em favor de uma Europa forte”, afirmou
A Bósnia se beneficiou de uma nova abertura para a ampliação da UE. Segundo as autoridades do bloco, a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 mostrou os perigos de ter zonas cinzentas nas fronteiras do continente europeu desestabilizadas por potências estrangeiras.
Na semana passada, a Comissão Europeia recomendou que a UE iniciasse negociações de adesão com a Bósnia, observando um progresso significativo em várias questões. Em resposta, nesta quinta, os líderes do bloco concordaram em dar início à estrutura de negociação, uma vez que a Bósnia tomasse todas as medidas relevantes recomendadas pela Comissão Europeia.
Dentre as medidas que a Bósnia precisa implementar, estão leis referentes aos tribunais e à reforma eleitoral. Nos últimos meses, o país adotou leis relativas a 14 prioridades estabelecidas em 2019 pela Comissão Europeia, com foco na democracia e no funcionamento do Estado, no Estado de Direito, nos direitos fundamentais e na reforma da administração pública.
As negociações provavelmente devem levar alguns anos. Apesar disso, a principal autoridade bósnia para a integração europeia, Elvira Habota, mostrou-se positiva. “[A decisão da União Europeia] traz consigo uma onda de otimismo para os cidadãos, instituições, autoridades e toda a sociedade bósnia”, afirmou.