O chanceler da União Europeia, Josep Borrell, convidou seus homólogos de Israel e da Autoridade Palestina, Eli Cohen e Riyad al-Maliki, respectivamente, para uma reunião extraordinária de ministros do bloco convocada para a tarde desta terça-feira (10), em Omã.
Borrell está em Mascate, capital do país do Oriente Médio, para uma reunião entre o grupo europeu e o Conselho de Cooperação do Golfo. Seu novo compromisso abordará a situação entre Israel e a Faixa de Gaza.
A região entrou em uma espiral de violência desde o último sábado (7), quando combatentes do grupo extremista palestino Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram no território israelita em uma ofensiva sem precedentes na história do país.
O ataque deixou deixou mais de 900 mortos em Israel –a maior parte das vítimas é de civis. Em resposta, as forças israelenses têm feito ataques diários contra alvos em Gaza. Os bombardeios mataram ao menos 687 pessoas, número que também inclui civis, segundo autoridades palestinas.
Na segunda-feira (9), Israel anunciou nesta segunda-feira (9) um cerco total à Faixa de Gaza —o ministro da Defesa, Yoav Gallant, ordenou que todos os serviços básicos oferecidos na região sejam suprimidos. “Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado”, disse Gallant em vídeo. “Estamos lutando contra animais humanos e agindo de acordo”, continuou o ministro do premiê Binyamin Netanyahu, cujo governo é o mais à direita da história do país.
Em comunicado, a ONU disse que tais planos colocam em risco a vida de civis e são proibidos pelo direito humanitário internacional. O austríaco Volker Türk, alto comissário da organização para direitos humanos, disse que a medida pode representar uma “punição coletiva”, atingindo inocentes.
Em apenas três dias mais de 187 mil pessoas foram forçadas a se deslocar dentro de Gaza, de acordo com os dados do gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (Ocha). Diante da crise, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça a abertura de um corredor humanitário para o envio de material médico ao território.
Há ainda diversos cidadãos israelenses que foram capturados e são feitos reféns pelo Hamas em Gaza —o grupo terrorista afirmou que, se Tel Aviv não parasse com bombardeios sem avisos, mataria civis sequestrados.
Na segunda, o comissário para Vizinhança e Expansão da União Europeia, Oliver Varhelyi, disse que suspenderia a ajuda à Palestina, mas o bloco recuou horas depois. “Não haverá suspensões de pagamentos porque não há pagamentos previstos”, afirmou a Comissão Europeia, que funciona como o Executivo do bloco, ressaltando, por outro lado, que faria uma revisão dos projetos de assistência à Palestina —algo informado por Varhelyi mais cedo.
A fala do comissário foi recebida com surpresa. Autoridades haviam dito mais cedo que a ajuda aos palestinos seria discutida em uma reunião de emergência dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia na terça.