O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump já está no tribunal de Nova York no qual promotores defendem, nesta segunda-feira (22), por que o suposto pagamento secreto a uma estrela pornô durante sua vitoriosa campanha pela Casa Branca em 2016 infringiu a lei.
Embora o republicano tenha pedido manifestações de apoiadores em tribunais “de todo o país”, poucos estavam presentes para saudar o empresário quando ele chegou à corte no centro da cidade. O prédio estava rodeado por barricadas. “Lower Manhattan, ao redor do Tribunal, para onde estou indo agora, está completamente FECHADA. TÃO INJUSTO!!!” escreveu ele nas redes sociais.
Os advogados do candidato presidencial do Partido Republicano também se pronunciarão na abertura daquele que pode ser o único dos quatro processos criminais de Trump a ir a julgamento antes das eleições presidenciais de 5 de novembro, na qual ele vai rivalizar novamente com o atual presidente, o democrata Joe Biden.
Os promotores dizem que o pagamento de US$ 130 mil feito pelo ex-advogado de Trump, Michael Cohen, à estrela pornô Stormy Daniels comprou o silêncio da atriz sobre um suposto encontro sexual com o empresário uma década antes, o que teria enganado os eleitores nos últimos dias da campanha, quando sua candidatura enfrentava dificuldades por causa de outras revelações de cunho sexual.
“Este caso é sobre conspiração de fraude”, disse o promotor Matthew Colangelo ao júri de 12 pessoas escolhido na semana passada. “O réu, Donald Trump, orquestrou um esquema criminoso para corromper as eleições presidenciais de 2016.”
Trump se declara inocente de 34 acusações de falsificação de registros comerciais apresentadas pelo promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, e nega ter tido um encontro sexual com Daniels.
O caso é visto por muitos especialistas jurídicos como o menos importante dos processos contra Trump, e uma eventual condenação não impediria Trump de assumir a Presidência caso seja eleito no final do ano. A derrota nos tribunais, porém, poderia prejudicar a sua candidatura.
Uma pesquisa feita pela agência de notícias Reuters e a empresa Ipsos mostra que metade dos eleitores independentes e um em cada quatro republicanos dizem que não votariam em Trump se ele fosse condenado por um crime.
Segundo os promotores, o pagamento de Daniels fazia parte de um esquema mais amplo idealizado por Trump, Cohen e David Pecker (ex-presidente-executivo da editora de tablóides American Media) para pagar pessoas com informações potencialmente prejudiciais sobre Trump antes das eleições de 2016. eleição. Trump derrotou a democrata Hillary Clinton.
Pecker é a primeira testemunha que os promotores planejam ligar após as declarações iniciais, relataram o New York Times e a CNN no domingo. De acordo com os promotores, Pecker concordou, durante uma reunião em agosto de 2015 com Trump e Cohen, em atuar como os “olhos e ouvidos” da campanha, procurando histórias negativas sobre Trump.
A American Media, que publica o National Enquirer, admitiu em 2018, como parte de um acordo para evitar processos criminais, que pagou US$ 150 mil à ex-modelo da revista Playboy Karen McDougal pelos direitos de sua história sobre um caso de meses com Trump em 2006 e 2007. A American Media disse que trabalhou “em conjunto” com a campanha de Trump e nunca publicou uma história.