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Trump quer impedir que chineses comprem terras nos EUA – 24/09/2024 – Mundo

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na segunda (23) que, se eleito, irá impedir que chineses comprem terras agrícolas no país.

  • “Vamos proteger nossas terras dizendo: ‘vocês não podem comprar, não queremos que vocês comprem nossas terras'”, disse, alegando que a legislação atual concede ao país asiático o poder de interferir no mercado imobiliário dos EUA.

A ideia não é nova e chegou, inclusive, a passar com apoio bipartidário no Senado em 2023. A Câmara Alta decidiu na ocasião limitar transações agrícolas com quatro países estrangeiros, incluindo a China.

O senador Mike Rounds, um dos principais apoiadores do projeto, declarou que essa ação visa impedir que adversários ampliem sua influência em território americano.

Além de terras, outra ideia proposta pela deputada republicana Michelle Steel tem ganhado força em Washington. Steel defendeu que empresas de “países adversários” como China, Rússia e Irã sejam proibidas de operar em portos americanos. A medida, ela justificou, protege a infraestrutura portuária vital ao país.

Por que importa: a proibição da aquisição de terras e participação em negócios privados baseando-se na nacionalidade do comprador começou como uma bandeira até então vista como xenofóbica e isolacionista dos republicanos aliados a Donald Trump, mas é uma ideia que ganha força nos EUA.

Vários estados aprovaram ou estão em vias de implementar restrições neste sentido, embora ao menos um caso na Flórida tenha sido barrado por um tribunal recursal até a análise legal da legislação.

Há dúvidas constitucionais sobre a validade de ações do tipo, o que deve invariavelmente fazer a questão escalar em breve até a Suprema Corte, de maioria conservadora.

pare para ver

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o que também importa

★ A província de Shanxi, no norte da China, vive um boom no turismo após o sucesso do jogo “Black Myth: Wukong”, reportou a Bloomberg News. Segundo o portal, as reservas de viagens para a região cresceram mais de 75% desde o lançamento do jogo em meados de agosto. Baseado no clássico romance chinês “Jornada ao Oeste” , o game é um dos maiores sucessos comerciais neste ano: vendeu 10 milhões de cópias em apenas uma semana e bateu recordes de jogadores ativos simultâneos na loja online Steam. 27 dos 37 cenários do jogo se passam em cidades de Shanxi.

★ Empresas japonesas estão oferecendo a opção de retornar ao Japão aos funcionários que trabalham em sucursais na China. O movimento foi primeiramente reportado pela revista de negócios chinesa Caixin e acontece após um ataque a uma criança japonesa de 10 anos na cidade de Shenzhen. O menino estava a caminho da escola quando foi esfaqueado e morto por um nacionalista chinês, o segundo ataque do tipo neste ano. A embaixada do Japão em Pequim solicitou mais segurança ao governo chinês, que classificou o crime como um caso isolado. A Caixin não revelou a lista de empresas japonesas a permitirem o retorno de expatriados, embora o movimento também tenha sido confirmado e reportado pela agência de notícias Reuters.

★ A Comissão Europeia apresentou uma queixa formal à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra a investigação da China sobre produtos lácteos da União Europeia. O procedimento chinês foi aberto após a imposição de tarifas do bloco contra veículos elétricos chineses. Bruxelas alega que a China adotou medidas comerciais retaliatórias e baseadas em alegações questionáveis. Esta é a primeira vez que a Comissão recorre à OMC sem concluir a própria análise acerca de disputas comerciais. A UE sequer abriu um painel de arbitragem para tratar do tema.

fique de olho

O governo dos EUA anunciou que vai proibir o uso de softwares e hardwares fabricados na China e Rússia em carros, caminhões e ônibus autônomos no país.

  • Washington justificou a decisão citando o risco de que inimigos “manipulem remotamente” veículos nas estradas;

  • A secretária de Comércio, Gina Raimondo, também defendeu que essas são medidas “proativas” para proteger a segurança nacional.

A China criticou a ação e acusou os EUA de expandirem o conceito de segurança nacional para prejudicar empresas chinesas. A proibição começará a valer a partir de 2027 para software e 2030 para hardware.

Por que importa: o temor americano não é totalmente injustificado —de fato, conforme carros se tornam mais inteligentes e passam a depender de processamento de dados na nuvem, o risco de hackeamento por meio das chamadas “back doors” (brechas propositalmente abertas por agentes maliciosos) existe.

Reclamações à parte, Pequim também aprovou legislação obrigando empresas neste setor a manterem os dados de consumidores chineses em território chinês justamente com este temor.

O problema aqui reside na capacidade americana de oferecer opções viáveis ao mercado. Os EUA ficaram para trás na pesquisa e desenvolvimento de baterias elétricas, no 5G e agora segue cronicamente atrás da China nesta seara também, a despeito de avanços pontuais feitos por Tesla ou startups com alcance ainda limitado como o Waymo. A ver se o prazo oferecido pelo governo será ou não o suficiente para correr atrás do prejuízo


para ir a fundo

  • O co-fundador da Observa China Thiago Bessimo e o professor da Fundação Getúlio Vargas Octavio Amorim Neto publicaram um excelente artigo analisando o discurso da extrema-direita brasileira em relação à China durante o governo Bolsonaro. Disponível aqui. (gratuito, em inglês)

  • A Embaixada da China abriu as inscrições para um concurso cultural em celebração aos 75 anos de fundação da República Popular da China. A competição vai premiar as melhores respostas à pergunta: “Quais conquistas chinesas te inspiram e em quais áreas Brasil e China podem fortalecer a cooperação?”. Saiba mais aqui. (gratuito, em português)

  • O Instituto Confúcio na Unesp e o Centro Cultural São Paulo promoverão no próximo mês a 9ª Mostra de Cinema Chinês. Serão 14 filmes exclusivos exibidos entre os dias 4 e 15 de outubro, com ingressos distribuídos antes de cada sessão. Saiba mais aqui. (gratuito, em português)

Fonte: Folha de São Paulo

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