O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (30) a escolha do ex-oficial de Segurança Nacional e seu aliado fervoroso Kash Patel para chefiar o FBI, a polícia federal americana. Com a decisão, o republicano sinaliza a intenção de afastar o atual diretor, Christopher Wray.
Patel, que durante o primeiro mandato de Trump aconselhou tanto o diretor de Inteligência Nacional quanto o secretário de Defesa, já pediu anteriormente para ao FBI para expurgar de suas fileiras qualquer funcionário que se recuse a apoiar a agenda de Trump.
“O maior problema que o FBI teve surgiu de suas divisões de inteligência. Eu separaria esse componente. Fecharia o prédio Hoover [sede do FBI] no primeiro dia e reabriria no dia seguinte como um museu do ‘deep state’ [estado profundo]”, disse Patel em uma entrevista em setembro, utilizando o termo que se refere a supostas elites da burocracia estatal que defendem interesses próprios
“E eu pegaria os 7.000 funcionários que trabalham naquele prédio e os enviaria por toda a América para perseguir criminosos. Vão ser policiais. Vocês são policiais. Vão ser policiais.”
Com a nomeação de Patel, o presidente eleito sinaliza que está se preparando para cumprir sua ameaça de destituir Wray, um republicano que foi nomeado pelo próprio Trump e cujo mandato de dez anos não expira até 2027.
Diretores do FBI, por lei, são nomeados para mandatos de dez anos, como uma forma de evitar interferências políticas sobre o departamento.
Wray, que Trump escolheu após demitir James Comey em 2017 por investigar sua campanha de 2016, tem sido um alvo frequente da ira dos apoiadores de Trump.
Durante o mandato de Wray, o FBI realizou uma busca aprovada por um tribunal na propriedade de Trump em Mar-a-Lago para procurar documentos confidenciais.
Wray havia sinalizado que não tinha intenção de renunciar e que estava ocupado planejando o calendário da instituição para 2025, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
A nomeação de Patel provavelmente enfrentará resistência dos democratas no Senado e possivelmente até de alguns republicanos, embora Patel tenha recebido apoio público de alguns republicanos de destaque, caso do Procurador-Geral do Texas, Ken Paxton.