Donald Trump indicou três advogados que atuaram nos casos que enfrenta na Justiça para cargos relevantes no próximo governo.
Um deles, Todd Blanche, defendeu o republicano em Nova York, no processo sobre o suposto suborno à atriz pornô Stormy Daniel. O presidente eleito afirmou na quinta-feira (14) que pretende nomeá-lo como secretário-adjunto do Departamento de Justiça, ou seja, número 2 do polêmico Mark Gaetz, caso ele seja confirmado.
O órgão é o equivalente ao Ministério Público brasileiro e atua em prol do interesse público americano na aplicação da lei. Sob seu comando estão diversas agências importantes, como o FBI, a polícia federal americana, e o DEA, antidrogas. Blanche é um ex-promotor de Nova York.
Trump foi condenado por ter falsificado registros empresariais para encobrir pagamentos a Daniels e, assim, evitar que ela revelasse durante a campanha de 2016 ter supostamente mantido relação sexual com o empresário em 2006. O pagamento de US$ 130 mil foi feito pelo ex-advogado e “faz-tudo” de Trump, Michael Cohen. O juiz que cuida do caso, em que Trump responde a 34 acusações, ainda precisa ler a sentença ou decidir anulá-la. A previsão é que isso ocorra na próxima terça-feira (19).
Emil Bove, outro advogado de Trump na esfera criminal, foi indicado como principal secretário do Departamento de Justiça associado, também atuando junto a Gaetz. O presidente eleito afirmou que ele atuará como advogado-geral interino enquanto Blanche passará pelo processo de confirmação do Senado.
“Emil processou terroristas e traficantes internacionais de drogas como Chefe da Unidade de Segurança Nacional no Escritório do Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, atuou como assistente de dois juízes federais e se formou com honras na Georgetown University Law Center. Emil nos encherá de orgulho enquanto, juntos, fazemos a América grande novamente”, disse o presidente eleito.
Outro defensor de Trump, John Sauer, foi apontado para ser o equivalente ao advogado-geral dos Estados Unidos para atuar em processos na Suprema Corte. O advogado defendeu a tese da imunidade presidencial na Suprema Corte, garantindo uma vitória para o republicano nos casos em que ele é acusado de tentar reverter o resultado das eleições.
“Mais recentemente, John foi o advogado principal que me representou na Suprema Corte no caso Trump v. Estados Unidos, conquistando uma vitória histórica sobre a imunidade presidencial, o que foi fundamental para derrotar a campanha inconstitucional de ‘lawfare’ contra mim e todo o Movimento Maga [sigla em inglês para “faça a América grandiosa novamente”, slogan do presidente eleito]”, afirmou Trump em comunicado distribuído à imprensa.
A tese defendida por Sauer foi parcialmente acatada pela mais alta instância da Justiça americana em julho. Pelo entendimento, algum grau de imunidade seria conferido a presidentes americanos por crimes cometidos no cargo.
A defesa adotou a estratégia para tentar anular os processos criminais em que o republicano é acusado de tentar reverter a eleição de 2020, quando estava à frente do governo. A dúvida é se ela se aplica a crimes comuns, como o de Stormy Daniels, algo que os advogados buscam conseguir.