Donald Trump vai anunciar nesta segunda (15) o nome de seu vice na chapa republicana na corrida pela Casa Branca, segundo a Fox News. A divulgação deve ser feita nas próximas horas.
O âncora da rede conservadora, Bret Baier, disse que conversou com o ex-presidente pela manhã. O empresário teria afirmado que o anúncio será feito nas próximas horas e que “há outras surpresas”.
Trump precisa anunciar seu vice nesta semana, quando ocorre a convenção republicana, em que a chapa do partido é oficializada. A previsão é que o escolhido faça um discurso no evento na noite de quarta (17).
Os principais cotados são o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, e os senadores J.D. Vance (Ohio) e Marco Rubio (Flórida).
Burgum, 67, está no segundo mandato como governador da Dakota do Norte. Ele foi pré-candidato nas primárias republicanas contra Trump, mas mal pontuou nas pesquisas e anunciou sua saída em dezembro, antes das votações começarem.
Antes de entrar para a política, ele construiu sua carreira como empresário. Em 2001, ele se tornou bilionário ao vender seu negócio de tecnologia para a Microsoft. Sua escolha como vice seria uma ponte entre o ex-presidente e o PIB americano. Burgum chegou a praticamente comprar sua participação no primeiro debate, oferecendo US$ 20 para incentivar doações de ao menos US$ 1 à sua campanha e, assim, atingir o número mínimo exigido. Ele é casado e tem três filhos.
Vance, 39, é senador por Ohio. Eleito em 2022 para seu primeiro mandato, ele ganhou projeção nacional em 2016 com o livro best-seller “Hillbilly Elegy” (“Era uma Vez um Sonho”, na tradução para o português), adaptado para o cinema em 2020. Na obra, Vance faz um retrato da classe trabalhadora branca americana ao contar sua própria origem pobre no Cinturão da Ferrugem.
Inicialmente crítico de Trump, ele mudou de posição e começou a apoiar o empresário. Um problema da escolha seria a posição de Vance sobre aborto —enquanto Trump tem defendido uma postura moderada, para não alienar eleitores, o senador já falou que apoia uma proibição nacional.
Rubio, 53, é senador pela Flórida. Filho de imigrantes cubanos, ele é visto como um instrumento para atrair o eleitorado latino, insatisfeito com Joe Biden. Ele e Trump, no entanto, têm um histórico conflituoso: em 2016, quando os dois competiam pela nomeação republicana, a troca entre insultos ganhou manchetes pelo país. Rubio chamou Trump de golpista e tirou sarro do tamanho de suas mãos, e foi ridicularizado pelo empresário por sua estatura e suar muito. Ele é casado e tem quatro filhos.
A demora é atribuída tanto a um cálculo político —estender o suspense ao máximo para impulsionar o impacto da notícia— quando a uma indecisão de Trump sobre seu companheiro de chapa.
O republicano acabou entrando em conflito com sua escolha de 2016, Mike Pence. A tensão atingiu o ápice no 6 de Janeiro, quando o ex-presidente o pressionou para rejeitar a confirmação da vitória de Joe Biden pelo Congresso —nos EUA, o vice preside o Senado e a sessão conjunta das duas Casas.
Pence se negou a fazer isso, afirmando que não teria poder constitucional para tal. Apoiadores do ex-presidente invadiram o Capitólio nesse dia, interrompendo o procedimento pela força. Desde então, os dois romperam relações, e Pence se tornou um dos principais críticos de Trump no partido, chegando a concorrer contra o empresário pela nomeação republicana.