O cofundador do cartel de Sinaloa, Ismael ‘El Mayo’ Zambada, 76, se declarou inocente das acusações de tráfico de drogas nesta sexta-feira (13) perante um tribunal de Nova York, onde será julgado por 17 acusações que podem levá-lo a passar o resto da vida na prisão.
Zambada entrou com recurso contra as acusações, que também incluem lavagem de dinheiro e porte de armas, numa audiência perante o juiz James Cho. Neste mesmo tribunal o outro fundador do cartel, Joaquin ‘El Chapo’ Guzmán, foi condenado à prisão perpétua em 2019.
Cho ordenou que Zambada fosse preso enquanto aguardava o julgamento. O advogado de defesa, Frank Perez, não se opôs ao pedido dos promotores de prender seu cliente.
O promotor Francisco Navarro chamou ‘El Mayo’ de “um dos mais, se não o mais, poderoso chefão do narcotráfico no mundo”. A prisão nos Estados Unidos “é a única coisa que impedirá o réu de cometer outros crimes e garantirá seu retorno ao tribunal”, segundo ele.
Vestido com traje de presidiário e fisicamente debilitado, Zambada não falou nada além de responder “sim” ou “não” às perguntas do juiz por meio de um intérprete. O réu precisou de ajuda para se levantar da cadeira ao sair da sala do tribunal.
O processo na circunscrição do Brooklyn começou em 2009 e inclui acusações relacionadas ao tráfico de fentanil, um opioide sintético cujo uso provocou uma epidemia nos EUA. Zambada deverá comparecer novamente ao tribunal em 31 de outubro.
Os ataques a tiros desta semana no estado de Sinaloa, no oeste do México, reacenderam os temores de que uma guerra entre cartéis esteja prestes a eclodir após a prisão de ‘El Mayo’.
Os confrontos já mataram 12 pessoas desde segunda-feira (9). Na quinta (12), autoridades estaduais cancelaram as comemorações do dia da independência e fecharam as escolas em resposta à escalada da violência.