Subiu para 323 o número estimado de desaparecidos após o terremoto de magnitude 7,5 que atingiu a região central do Japão em 1º de janeiro, informaram autoridades locais nesta segunda-feira (8). De acordo com o mesmo balanço, a cifra de mortes também aumentou, com a confirmação de 168 óbitos.
A maioria dos desaparecidos é de Wajima, cidade localizada na península de Noto que foi uma das mais afetadas pelo sismo. Operações de resgate seguem em curso no local, mas os socorristas, que já vinham lidando com dificuldades como deslizamentos de terra e bloqueios de estradas desde os tremores, agora enfrentam mais um desafio —a neve.
Não é somente o número de desaparecidos que preocupa. Aproximadamente 18 mil casas na província de Ishikawa permaneciam sem eletricidade nesta segunda, e mais de 66,1 mil continuavam sem água no domingo (7). Enquanto isso, os 29 mil cidadãos alocados nos 404 abrigos disponibilizados pelo governo japonês relatavam não ter água, eletricidade ou aquecimento suficientes, segundo a mídia local.
“A prioridade tem sido resgatar aqueles que estão sob os escombros e chegar às comunidades isoladas”, afirmou o primeiro-ministro Fumio Kishida em entrevista à emissora pública NHK no domingo. O governador de Ishikawa, Hiroshi Hase, contudo, disse à mesma rede querer “melhorar as más condições nos abrigos”.
Ainda de acordo com o premiê japonês, 500 pessoas poderiam ser alojadas temporariamente em um centro esportivo em Kanazawa, a capital da província. Ele frisou, porém, que será necessário disponibilizar mais abrigos emergenciais, acrescentando que o governo trabalha para ceder quartos de hotel aos deslocados.
Apesar dos contratempos, os serviços não poupam esforços. No último sábado (6), uma mulher de 90 anos que ficou presa por cinco dias debaixo dos escombros foi salva na cidade de Suzu. À espera de atendimento no hospital, ela respondeu claramente às perguntas dos socorristas, informou a NHK.
Uma semana após o terremoto —que foi sentido até mesmo em Tóquio, a 300 km de distância do epicentro—, são contabilizados ainda 565 feridos.
Por estar localizado no encontro de quatro placas tectônicas —a asiática, australiana, filipina e a placa do oceano Pacífico—, o Japão lida com centenas de terremotos anualmente.
A maioria não causa danos devido aos rigorosos códigos de construção da legislação, mas nem todos deixam o país asiático ileso. Japoneses guardam na memória o devastador terremoto de 2011 que, ao desencadear um tsunami, provocou um desastre nuclear na usina de Fukushima, além de um terremoto de 2016 que deixou 276 mortos na região de Kumamoto.