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Talibã prendeu 256 jornalistas desde 2021, afirma a ONU – 26/11/2024 – Mundo

A Unama (Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão) disse nesta terça-feira (26) que o Talibã prendeu jornalistas de forma arbitrária 256 vezes desde sua ascensão ao poder, em 2021, e pediu às autoridades locais que protejam a mídia.

Em resposta ao relatório das Nações Unidas, o ministério das Relações Exteriores, controlado pela milícia radical, negou ter prendido esse número de profissionais da mídia e declarou que os detidos haviam cometido um crime.

Segundo a Unama e o Escritório de Direitos Humanos da ONU, os jornalistas no país encaram “condições desafiadoras”. “Eles frequentemente enfrentam regras pouco claras sobre o que podem ou não reportar, correndo o risco de intimidação e detenção arbitrária”, disse Roza Otunbayeva, representante especial do secretário-geral da ONU, António Guterres.

“Incentivamos as autoridades de fato a garantir a segurança de todos os jornalistas e trabalhadores da mídia enquanto realizam suas tarefas e a reconhecer plenamente a importância das mulheres que trabalham na imprensa”, afirmou Roza.

Em resposta, o ministério talibã disse que as mulheres continuavam a trabalhar na mídia, sujeitas a certas condições para atender às regras de moralidade religiosa, como cobrir seus rostos e trabalhar separadamente dos homens.

A pasta descreveu o relatório da ONU como “longe das realidades reais” e afirmou que as forças de segurança estavam trabalhando para proteger os jornalistas. O ministério da informação afegão, até o momento, não respondeu a um pedido de comentário.

Os supostos crimes dos jornalistas apontados pelo Talibã variam desde difamar o governo até fornecer relatórios falsos e infundados.

O grupo extremista voltou ao poder em 2021 com a retirada das forças estrangeiras, prometendo restaurar a segurança e impor sua rígida interpretação da lei islâmica.

A administração do Talibã, porém, não foi reconhecida oficialmente por nenhum governo estrangeiro, e diplomatas ocidentais dizem que o caminho para o reconhecimento é dificultado pelas restrições impostas pela miliícia às mulheres.

Fonte: Folha de São Paulo

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