O governo taiwanês recusou a oferta de ajuda feita pelo governo chinês, após o terremoto que atingiu a ilha na última quarta-feira (3), deixando pelo menos dez mortos.
Via agência estatal Xinhua, o Escritório de Assuntos de Taiwan, órgão de Pequim voltado às relações com a ilha, havia expressado “sinceras condolências aos compatriotas afetados pela catástrofe” e o “desejo de prestar ajuda”.
Via agência estatal CNA, o Conselho de Assuntos Continentais, órgão de Taipé para as relações com Pequim, respondeu: “Nós agradecemos muito a preocupação, mas não há necessidade de o lado continental nos ajudar no socorro”.
Posteriormente, citando diplomata chinês que teria agradecido à comunidade internacional pela preocupação com “Taiwan da China“, o ministério taiwanês do exterior divulgou, via Reuters, que “condena o uso desavergonhado do terremoto pela China para conduzir operações cognitivas”, de suposta guerra psicológica.
Em contraste, o presidente eleito de Taiwan e atual vice-presidente, Lai Ching-te, agradeceu em mídia social à mensagem do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
“Ao povo de Taiwan, estou profundamente triste e gostaria de expressar minhas mais sinceras condolências”, escreveu Kishida em japonês, no X, lembrando “o apoio caloroso que recebemos dos nossos queridos amigos taiwaneses” após dois terremotos no Japão.
Lai respondeu, também em japonês no X, dizendo que “as palavras do respeitado primeiro-ministro Kishida aquecem nossos corações e simbolizam os fortes laços entre Taiwan e Japão. Vamos continuar nos ajudando e dando as mãos para superar os obstáculos”.
Taiwan foi colônia do Japão por 50 anos, até 1945, e este voltou a se aproximar da ilha, inclusive militarmente, com o governo do Partido Democrático Progressista, de Lai e da atual presidente, Tsai Ing-wen. Eleito em janeiro, Lai toma posse no próximo dia 20 de maio.
Após o terremoto, ele esteve em Hualien, a cidade mais atingida, na costa leste da ilha, acompanhando as ações de assistência. Hualien vota historicamente no principal partido de oposição, Kuomintang, e a resposta do governo do PDP ao terremoto é vista como um teste para Lai.