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Situação que precisa ser revista, diz Bombeiros e Aliança sobre hidrantes após incêndios no Centro

As chamas do incêndio que destruiu um terço das Lojas Imperador, na noite dessa quinta-feira (18), foram combatidas com o uso da água de caminhões-pipas e das viaturas do Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, o não uso dos hidrantes se deveu à localização dos equipamentos, já que o mais próximo ainda estava longe das instalações do estabelecimento.

“A gente faz esse trabalho, que é realmente difícil, complicado, mas com cautela a gente minimiza esses fatores. A gente não usou os hidrantes, e sim caminhões-pipas, que chegaram imediatamente. Não chegamos a tentar [utilizar o hidrante mais próximo], porque fica distante do local para estar abastecendo. Foi preferível utilizar do suporte do que tínhamos ao nosso dispor”, disse o sargento Lucas Barreto, em entrevista ao repórter Ivan Lemos, da TV Pajuçara.

“É uma situação que precisa ser revista, com certeza, para facilitar qualquer intercorrência. O Corpo de Bombeiros sempre tem contato com os demais órgãos para tentar viabilizar e colocar disponível esses equipamentos que ajudam e auxiliam a segurança.”

Depois de algumas horas no combate às chamas, o reservatório de água dos Bombeiros acabou e eles somente voltaram por volta das 07h da manhã desta sexta-feira (19) para se revezar no trabalho de rescaldo do incêndio. A Aliança Comercial divulgou que a loja tem seguro e, de acordo com os proprietários, os alvarás estavam regularizados.

(Crédito: Ivan Lemos/TV Pajuçara)

A RECLAMAÇÃO DOS HIDRANTES NÃO É NOVA

As críticas à localização e ao funcionamento dos hidrantes não se limitam ao Corpo de Bombeiros. A presidente da Aliança Comercial, Andreia Geraldo, relembrou que o problema é antigo e que sinistros como esse se complicam graças a falta de revisão do poder público. 

Segundo ela, há cerca de 10 equipamentos como estes no Centro de Maceió e que, em outubro do ano passado, somente havia sido feita a manutenção de 30% deles. Foi nesse período que os maceioenses tomaram conhecimento de outro incêndio de grandes proporções, que destruiu uma unidade da Magazine Luiza, no dia 24 de outubro de 2023. Desde então, Andreia fala que o último encontro que a Aliança teve com a BRK aconteceu no dia 30 de outubro. 

“A última reunião que tivemos com a BRK, no dia 30 de outubro, havia somente 30% da manutenção feita nos hidrantes do Centro da Cidade. Hoje, tem 10 hidrantes na região. Essa é uma necessidade que temos há duas décadas. A gente teve a revitalização, mas depois de duas décadas muitas coisas aconteceram. Houve ampliações, o número de empresas aumentou, mas se mantém os mesmos números de hidrantes. E o pior de tudo: sem a devida manutenção. Temos isso em ata. A água do bombeiro acabou e os proprietários e a sociedade ajudaram. Foram contratados oito caminhões-pipas para ajudar o Corpo de Bombeiros e o Poder Público, em um dever que deveria ser dele”, disse Andreia.

(Crédito: TV Pajuçara/Reprodução)

PEDIDO DE AUMENTO NO NÚMERO DE HIDRANTES

A presidente da Aliança ainda explicou um pouco da burocracia para aumentar o número de hidrantes nesta região. “O processo sempre é bem complexo. Na reunião, a BRK explicou que a necessidade de hidrantes tem que ser definida pelo Corpo de Bombeiros, onde se faz um protocolo para que a Prefeitura de Maceió abra os pontos. Após a abertura, o órgão municipal aciona a BRK para que seja feita a alimentação da água”, disse.

A problemática não é nova. Em 2015, um incêndio atingiu quatro lojas no Centro de Maceió e, na época, o Corpo de Bombeiros alertou para a falta de manutenção dos equipamentos na capital alagoana. Segundo o levantamento da corporação, feito em novembro daquele ano, dos 111 hidrantes existentes na capital, apenas 44 estavam em condições de funcionamento, número que equivale a cerca de 39%.

“Toda a nossa problemática começou historicamente desde o ano de 2015, com o incêndio de grandes proporções. Os nossos homens do CB, quando abriram, descobriram que era apenas uma composição de cenário. Era um hidrante fake news para apresentar o projeto perfeito. É uma grande falta de respeito à sociedade, às pessoas. A nossa luta continua desde o ano de 2015”, finalizou Andreia.

(Crédito: TNH1)

Outra denúncia aconteceu após o incêndio que atingiu a loja do Magazine Luiza, também no Centro de Maceió. Durante o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM-AL) para conter as chamas, os militares reclamaram do mau funcionamento dos hidrantes na região.

Em entrevista à TV Pajuçara, o capitão Brasileiro lamentou a situação, mas relatou que, mesmo assim, o fogo foi controlado. “Os hidrantes são a grande deficiência do Centro, não são em todos os locais que eles funcionam. Porém, tivemos um posterior que deu para suprir a demanda”.

Nessa quinta-feira (18), horas antes do incêndio no calçadão do Centro de Maceió, a BRK divulgou que encerrou o ano de 2023 com 100% dos hidrantes recuperados e operantes em Maceió. Veja a nota enviada à redação do TNH1 na manhã desta sexta-feira:

“A BRK informa que existem 3 hidrantes próximos à loja, e que todos estão em pleno funcionamento. A empresa ressalta, ainda, que todos os equipamentos foram aprovados e testados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL) – assim como os pontos estratégicos de instalação. 

Até dezembro de 2023, 100% dos hidrantes foram recuperados em Maceió e outros serão entregues em 2024.”

*Estagiário sob supervisão

Fonte: TNH1

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