Uma corte no oeste da Rússia determinou a prisão de um ex-funcionário do Ministério Público Militar do país que, de acordo com a Justiça, é suspeito de planejar um ataque contra dois prédios públicos locais, afirmou a agência estatal de notícias Ria Novosti, nesta terça-feira (9).
O Tribunal Distrital de Leninski, na cidade de Tambov, pediu a prisão preventiva do homem por dois meses —até o dia 6 de junho. Segundo informações das autoridades, ele tem 44 anos e mora na região.
Moscou está sob alerta após um atentado reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) nos arredores da capital deixar pelo menos 144 mortos no final de março. O ataque aconteceu no Crocus City Hall, uma casa de concertos onde aconteceria um show e no qual os agressores abriram fogo.
O atentado foi o primeiro do tipo a ocorrer no país em mais de uma década e trouxe à memória uma série de ações de empreendidas por radicais islâmicos, insatisfeitos com o controle russo sobre as repúblicas muçulmanas do Cáucaso, no sul do país, após o desmembramento da União Soviética.
Após o incidente, autoridades dos Estados Unidos disseram ter notificado a Rússia sobre a iminência de um ataque e afirmaram ter informações que mostravam a participação do braço afegão do grupo, o Estado Islâmico Khorasan.
A reivindicação da autoria do atentado pelo EI, porém, não foi suficiente para dissipar a desconfiança do Kremlin em relação à Ucrânia, país com quem Moscou trava uma guerra desde 2022. A narrativa oficial tem insistido que combatentes islâmicos não seriam capazes de fazer o ataque sozinhos e que Kiev pode ter participado dele. A Ucrânia nega qualquer envolvimento.
No início da semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que seu país vai descobrir quem esteve por trás do atentado. “Certamente chegaremos aos responsáveis finais”, afirmou o líder em uma reunião com autoridades do Ministério do Interior. “Pagamos um preço muito alto, e toda a análise da situação deve ser extremamente objetiva e profissional.”
Nesta terça, o Comitê de Investigação do Estado da Rússia afirmou que parte do capital que passou pela empresa de petróleo e gás ucraniana Burisma, dissolvida no ano passado, financiou “ataques terroristas” e assassinatos na Rússia e em outros países nos últimos anos.