Um aeroporto na cidade de Makhatchkala, no sul da Rússia, foi fechado neste domingo (29) após um grupo de centenas de pessoas invadir o espaço, afirmou a autoridade de aviação, a Rosaviatsia.
Relatos nas redes sociais apontam que se trataria de um protesto contra judeus israelenses que ali desembarcariam.
Makhatchkala é a capital da República do Daguestão, região onde predomina o islamismo. Ao todo, a Rússia é formada por 85 unidades federativas, 22 das quais são repúblicas criadas como regiões para representar áreas de nacionalidades não russas.
Segundo a agência oficial russa Ria, muitos dos relatos afirmam que o grupo, com número incerto de pessoas, ameaçava os israelenses que ali pousariam durante a noite —tarde em Brasília. Eles teriam ocupado o estacionamento e partes internas do local. Os aviões que ali deveriam pousar foram redirecionados para outras pistas.
A chancelaria de Israel disse que observa graves tentativas de prejudicar judeus no episódio de informações ainda pouco claras e que seu embaixador em Moscou trabalha com autoridades locais para assegurar a segurança dos judeus que vivem no país.
A Rússia, assim como ex-repúblicas soviéticas como a Ucrânia, é um dos principais lugares de onde emigram judeus para morarem em Israel.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pronunciou-se sobre o episódio no X, ex-Twitter. “Este não é um incidente isolado, mas sim parte da cultura generalizada de ódio da Rússia contra outras nações, que é propagada pela televisão estatal, por especialistas e autoridades”, disse ele, cuja nação está em guerra com Moscou desde fevereiro de 2022.
Zelenski acusou o chanceler russo, Serguei Lavrov, de tecer uma série de comentários antissemitas no ano passado. “Para os locutores da propaganda russa, a retórica do ódio é rotina. O antissemitismo russo e o ódio contra outras nações são sistêmicos e enraizados.”
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