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Quênia envia mais 200 policiais para missão no Haiti – 16/07/2024 – Mundo

Um novo contingente de policiais do Quênia chegou ao Haiti na manhã desta terça-feira (15), três semanas após a missão multinacional de ajuda ao país caribenho começar a sair do papel. Agora, 200 agentes vão se juntar aos 400 colegas quenianos que haviam sido enviados no final de junho.

No total, mil integrantes de forças de segurança do país africano devem fazer parte dessa operação, que tem como objetivo desidratar o poder das gangues armadas locais, que controlam mais da metade da capital do país, Porto Príncipe.

A informação é da AFP, que atribuiu a declaração a uma pessoa com conhecimento do assunto. Ainda segundo a agência de notícias, um funcionário da polícia queniana também confirmou a informação e destacou que em breve mais pessoas serão enviadas, até que o número de agentes chegue a mil.

O Quênia lidera a missão que deve reunir 2.500 agentes estrangeiros para atuar ao lado da Polícia Nacional Haitiana, deficitária e com altas taxas de evasão. Outros países como Bangladesh, Benin, Chade, Bahamas e Barbados também devem integrar o contingente.

O avanço da ajuda, no entanto, enfrenta desafios jurídicos no Quênia.

A missão foi aprovada em outubro por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e deveria durar um ano, mas a implementação foi adiada após uma decisão da Justiça queniana em janeiro. Segundo um tribunal do país, o envio de homens era inconstitucional porque o governo do presidente William Ruto, que enfrenta protestos internos, não poderia mandar agentes ao exterior sem um acordo bilateral com o outro país.

Após o imbróglio jurídico, um pequeno partido de oposição chamado Third Way Alliance Kenya apresentou uma nova ação para tentar bloquear a iniciativa.

Internacionalmente, o Quênia recebe apoio dos Estados Unidos, que, em vez de enviar homens, resolveram apoiar em termos econômicos e logísticos um país para liderar a missão.

A ONG Human Rights Watch expressou temores sobre a missão e dúvidas sobre seu financiamento, enquanto outros observadores acusam a polícia queniana de uso excessivo da força e de execuções extrajudiciais.

Há também preocupação de que a presença dos policiais, que devem trabalhar na proteção de algumas estruturas importantes, como a de combustível, apenas empurre as gangues armadas para o interior do país, afastando o problema da capital, ou as faça hibernar, mas sem resolver o problema de fato.

Especialistas apontam que a raiz dessa questão está no acesso que esses grupos têm a armas, especialmente a armamentos que saem dos EUA.

Em julho, em um comunicado divulgado para desmentir a morte de sete agentes no Haiti, a polícia do país afirmou que as forças mobilizadas foram “recebidas calorosamente” e estavam “em segurança”. “Eles estão trabalhando em proximidade com o anfitrião, a Polícia Nacional do Haiti, e fizeram um mapeamento estratégico das prováveis áreas de preocupação operacional. Também organizaram várias patrulhas conjuntas em Porto Príncipe”, segundo a nota.

A violência que afeta o Haiti há vários anos foi agravada em fevereiro, quando grupos armados executaram ataques coordenados contra a capital para derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry, que acabou renunciando ao cargo.

Fonte: Folha de São Paulo

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