O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse em uma entrevista transmitida nesta quarta-feira (14) que prefere Joe Biden a Donald Trump, mas que está disposto a trabalhar com qualquer presidente dos Estados Unidos.
Putin foi questionado pelo entrevistador russo Pavel Zarubin sobre quem era melhor para a Rússia —o democrata ou o republicano. “Biden. Ele é uma pessoa mais experiente e previsível, um político da velha guarda. Mas trabalharemos com qualquer presidente dos EUA em quem o povo americano tenha confiança”, afirmou.
O líder russo disse que a campanha eleitoral americana está ganhando impulso e que, em sua opinião, é incorreto a Rússia interferir no processo. Isto pode ser visto como desinformação, contudo, dado o histórico de suspeita de interferência russa nas eleições americanas de 2016, quando Trump foi eleito.
Putin também comentou relatos sobre a saúde de Biden, fazendo referência a uma ocasião em que o líder americano bateu a cabeça ao sair de um helicóptero que o trazia à Casa Branca. “O fato de que em algum lugar, saindo do helicóptero, ele bateu a cabeça no helicóptero —bem, quem não bateu em algum lugar com a cabeça?”
Ele enfatizou que não se enxerga no direito de fazer quaisquer comentários sobre este assunto. “Não devemos olhar para isso, devemos olhar para a posição política.”
As eleições presidenciais americanas, em 5 de novembro, estão novamente se encaminhando para um embate entre Donald Trump e Joe Biden, uma repetição do pleito de 2020.
Nesta quarta, Biden criticou a sugestão de Trump de que, caso o republicano seja eleito, ele não protegerá os aliados da Otan, a aliança militar ocidental, de uma possível invasão da Rússia se os países atrasarem pagamentos ou não cumprirem as metas de gastos estabelecidas para a área da defesa.
“Você consegue imaginar um ex-presidente dos Estados Unidos dizendo isso?”, Biden questionou na Casa Branca. “O mundo inteiro ouviu isso —o pior é que ele está falando sério. Nenhum outro presidente na nossa história alguma vez se curvou a um ditador russo. Deixe-me dizer isso da forma mais clara possível: nunca o farei.”
Desde o início da Guerra da Ucrânia, há quase dois anos, Biden tem feito de Putin um vilão. Além de definir várias rodadas de sanções contra Moscou —com apoio da União Europeia—, seu governo se tornou um dos principais financiadores de armamentos para Kiev. O democrata também viu com bons olhos a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, a aliança militar ocidental.
Contudo, Biden já deixou claro em várias ocasiões que não quer um conflito direto com a Rússia, tampouco tentar derrubar Putin ou atacar o país.