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Putin diz que Moscou está triste com conflito em Gaza – 13/08/2024 – Mundo

O líder russo, Vladimir Putin, recebeu nesta terça-feira (13) o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e disse que Moscou está entristecida com a guerra que persiste na Faixa de Gaza e com a situação dos civis no território.

Putin também manifestou apoio à criação de um Estado palestino. O russo disse que acompanha de perto os eventos no Oriente Médio apesar das demandas da Guerra na Ucrânia. Ele não mencionou a incursão ucraniana na Rússia, que começou há uma semana —a ofensiva pegou de surpresa o Exército russo e forçou mais de 130 mil pessoas a fugir de suas casas.

“Todos estão bem cientes de que a Rússia hoje, infelizmente, deve defender seus interesses e seu povo com armas na mão. Mas o que está acontecendo no Oriente Médio e na Palestina não passa despercebido de nossa parte”, disse o presidente russo, de acordo com nota divulgada pelo Kremlin.

“E é claro que estamos assistindo com grande dor e ansiedade a catástrofe humanitária que se desenrola na Palestina”, acrescentou.

Putin observou o número de quase 40 mil palestinos mortos durante a guerra na Faixa de Gaza desde que o grupo terrorista Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 250.

A Rússia tem laços de longa data tanto com Israel quanto com os palestinos. Mas desde o início da guerra, Moscou tem desagradado os israelenses ao receber delegações do Hamas. Putin tem enfatizado a situação dos palestinos dizendo que o sofrimento de suas crianças “faz lágrimas virem aos olhos”.

O líder veterano Abbas, 88, afirmou que a Rússia era “um dos amigos mais queridos” do povo palestino. “Acreditamos em você, confiamos em você e sentimos seu apoio”, disse Abbas a Putin.

O palestino disse que o Conselho de Segurança das Nações Unidas —no qual a Rússia é uma das cinco potências com direito a veto— deve agir para “parar as ações que Israel está tomando”, depois que juízes do principal tribunal da ONU disseram em um parecer no mês passado que a ocupação de territórios palestinos por Israel e a manutenção de assentamentos israelenses são ilegais.

Moscou tem buscado se apresentar como pacificador no Oriente Médio e culpado os problemas da região por falhas de longa data na política dos EUA. Mas Putin, nas declarações publicadas no site do Kremlin, não apresentou nenhuma nova iniciativa além de reafirmar seu apoio à criação de um Estado palestino e o compromisso do país em fornecer ajuda humanitária.

A Rússia também fortaleceu laços com o Irã desde o início da guerra na Ucrânia e Putin. Nos últimos dias, instou Teerã a exercer contenção e evitar vítimas civis israelenses em resposta ao assassinato de um líder do Hamas em Teerã no mês passado, segundo disseram autoridades iranianas à agência de notícias Reuters.

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) foi criada para governar a Cisjordânia por um período curto. Após os Acordos de Oslo de 1993, houve a expectativa de se tornar um Estado independente, o que não ocorreu.

O governo palestino não realiza eleições presidenciais há quase 20 anos. Abbas, eleito em 2005 para um mandato de quatro anos, ainda está no poder.

Fonte: Folha de São Paulo

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