Três búlgaros com ligações com a extrema direita foram presos sob suspeita de terem vandalizado em maio o Memorial da Shoah, que é o museu do Holocausto de Paris, informaram nesta sexta-feira (26) autoridades europeias.
Dois deles foram detidos na quinta (25) na Bulgária e o terceiro foi encontrado na Croácia, informou a agência de segurança nacional búlgara em nota. Um deles, de 35 anos, estava na capital, Sofia. Outro, de 27, na cidade de Blagoevgrad, no sudoeste do país.
Os três são “próximos aos círculos de extrema direita na Bulgária”, de acordo com a investigação. Eles são acusados de vandalizar o chamado Muro dos Justos, que fica ao redor do museu parisiense, na madrugada do dia 14 de maio. A apuração ainda procura por possíveis cúmplices e mandantes.
Pelo menos 35 mãos vermelhas foram pintadas no muro. Desde 1963, o Memorial Yad Vashem, em Jerusalém, concede a honraria “Justo Entre as Nações” para pessoas não-judias que ajudaram a resgatar judeus durante o Holocausto. Esse muro possui placas com os nomes de 3.900 homens e mulheres francesas ou que atuaram na França que receberem esse título.
A Procuradoria de Paris abriu uma investigação judicial, seguindo o rasto de três suspeitos que fugiram para o exterior, e emitiu um mandado de prisão europeu.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, algumas organizações relataram que casos de antissemitismo na Europa aumentaram até 400%. Uma pesquisa da Agência dos Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), um órgão da União Europeia com sede em Viena, publicou no último dia 11 um levantamento com judeus de todo o continente, que disseram se sentir mais inseguros.
Na França, 74% dos judeus afirmam que o conflito alimenta um sentimento de insegurança, a taxa mais elevada entre os países pesquisados. No conjunto da Europa, a percepção afeta 62% dos judeus. A pesquisa consultou 13 países onde estão concentrados 96% dos judeus europeus.