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Premiê da Coreia do Sul oferece renúncia após eleições – 11/04/2024 – Mundo

O premiê da Coreia do Sul, Han Duck-soo, colocou o cargo à disposição, nesta quinta-feira (11), após a vitória acachapante da oposição nas eleições legislativas, segundo a agência Yonhap. Horas depois, o presidente do país prometeu uma série de reformas “para estabilizar a economia e a vida das pessoas”.

O PD (Partido Democrático), a principal legenda da oposição, de centro-esquerda, conquistou no pleito da véspera 174 de um total de 300 cadeiras na Assembleia Nacional, contra 156 atualmente, segundo dados da Comissão Nacional Eleitoral. O conservador PPP (Partido Poder Popular), do presidente Yoon Suk-yeol, ficou com 108 cadeiras, abaixo das 114 na legislatura em fim de mandato.

O resultado foi considerado um golpe duro para Yoon. Segundo analistas, o atual líder ficará enfraquecido para os últimos dois anos de mandato e sem capacidade de promover as medidas conservadoras defendidas na campanha.

Em resposta, o premiê Han Duck-soo e outros funcionários do governo ofereceram na manhã de quinta (11), noite de quarta no Brasil, suas renúncias a Yoon —na Coreia do Sul, o premiê não é chefe de governo e é escolhido pelo presidente, com função mais parecida com a de um vice-presidente. Já o líder do PPP, Han Dong-hoon, anunciou a saída do cargo.

Sem comentar possíveis baixas no governo, o presidente Yoon Suk-yeol prometeu uma série de reformas para aliviar a crise. “Honrarei humildemente a vontade do povo expressa nas eleições gerais, reformarei os assuntos de Estado e farei o máximo para estabilizar a economia e a vida das pessoas”, disse ele, segundo seu chefe de gabinete, Lee Kwan-sup.

O resultado eleitoral representa “a maior crise política” para Yoon desde que ele chegou ao poder, segundo o jornal conservador Chosun Ilbo. Analistas destacam que a votação refletiu a frustração com o governo devido aos índices considerados altos de desigualdade, desemprego, além dos preços de moradia.

As eleições representaram uma revanche para o líder da oposição, Lee Jae-myung, 60, que perdeu por pouco as eleições presidenciais de 2022 para Yoon. “Esta não é a vitória do Partido Democrático, mas uma grande vitória para o povo”, disse o político, que foi esfaqueado no pescoço durante um comício de campanha em janeiro. “Os políticos de ambos os lados devem unir forças para enfrentar a atual crise econômica. O Partido Democrático liderará o caminho para resolver a crise.”

Críticos descrevem Lee como populista e mencionam uma série de acusações de corrupção que pairam sobre ele. A vitória da oposição, porém, pode dar ao político uma nova chance de alcançar a Presidência. “Com este resultado, Lee se tornou o legislador mais poderoso à medida que a corrida presidencial se aproxima”, disse o analista político Yoo Jung-hoon à agência de notícias AFP.

O presidente Yoon assumiu o governo com posicionamento linha-dura em relação à Coreia do Norte, ao mesmo tempo que se aproximou dos Estados Unidos e do Japão. Mas a agenda tem sido bloqueada devido à fraqueza do seu partido na Assembleia Nacional.

“A eleição é uma dura advertência do público que forçará Yoon a mudar de rumo e a cooperar com a oposição se não quiser ser um líder sem peso durante o resto do mandato”, disse Chae Jin-won, da Universidade Kyung Hee, à AFP.

Se Yoon não encontrar uma forma de trabalhar com a oposição, “seria possível um impeachment, que algumas facções do partido no poder poderiam abraçar em prol do seu próprio futuro político”, segundo Chae.

Fonte: Folha de São Paulo

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