A decisão da Justiça do Colorado de tornar o ex-presidente dos EUA Donald Trump inelegível no estado deve forçar a Suprema Corte federal a decidir se o republicano tem o direito de concorrer novamente à Casa Branca em 2024 —ou se estará inabilitado em outros estados. O tribunal tem uma maioria conservadora moldada por Trump, que indicou um terço dos juízes da atual composição.
O tribunal ainda pode se pronunciar sobre a tese de que o ex-presidente foi responsável pelos ataques de seus apoiadores à democracia do país em 6 de janeiro de 2021. No Colorado, a decisão da Suprema Corte local teve como base a acusação de que Trump cometeu insurreição pelo seu papel na invasão do Capitólio; pela 14ª Emenda, ele estaria, portanto, vetado de ocupar cargos públicos.
O político, que neste ano se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA a ser indiciado pela Justiça —em nível estadual e depois federal—, em tese poderia concorrer mesmo se for condenado nesses outros casos. Ele tem dito que as ações são uma perseguição, e usa esse discurso para mobilizar apoiadores e arrecadar fundos. Seu provável rival nas urnas, Joe Biden, disse que a decisão sobre inelegibilidade com base na 14ª Emenda é dos tribunais, mas que é evidente que Trump apoiou uma insurreição.
No episódio desta quinta (21), o Café da Manhã explica a decisão da Justiça do Colorado e analisa como ela pode mexer no cenário político, jurídico e eleitoral do país em 2024. O podcast entrevista Rodrigo Becker, professor e coordenador do grupo de pesquisa da Suprema Corte dos EUA no IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa).
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Magê Flores e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Raphael Concli.