A tragédia com o ônibus escolar envolvido no grave acidente enquanto estava a caminho do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, em Alagoas, deixou 18 mortos e 30 feridos no último domingo (24). Esse número poderia ser maior, se o passageiro Matheus Lopes não tivesse deixado o veículo cerca de um minuto antes da queda de uma altura de mais de 400 metros.
Em mensagem encaminhada ao TNH1, o sobrevivente, que é integrante da Secretaria de Cultura de União dos Palmares, descreveu como foram os minutos que antecederam a tragédia. Matheus falou com a reportagem na noite dessa segunda-feira (25), um dia após um áudio dele, que cita problemas apresentados pelo ônibus, ser compartilhado nas redes sociais.
Matheus começou a mensagem dizendo que o ônibus apresentou problemas mecânicos bem próximo ao platô da Serra da Barriga, que seria o destino final de todos os passageiros. O local fica a poucos metros de onde o veículo despencou.
Bem, passei essas últimas 24 horas tentando não responder a nenhum repórter, por não me sentir bem psicologicamente para falar dessa tragédia. Mas estou vendo que a história onde Deus me deu um renascimento está tendo diversas controvérsias e fake news. O primeiro ponto é que o ônibus não apresentou nenhum problema durante a subida na serra, veio apresentar um problema já próximo ao heliporto da serra, bem próximo ao local da queda onde aconteceu a tragédia.
Mangueira de ar estourou antes do ônibus perder o controle
No relato à reportagem, o passageiro afirmou que uma mangueira de ar estourou e que o motorista disse que não daria mais para seguir o trajeto.
” Eu não pulei do ônibus. Inicialmente, quando o motorista falou que não dava mais para o ônibus subir por conta da mangueira de ar ter estourado, ele avisou que teríamos que esperar outros ônibus para dar continuidade à subida. Então, o motorista desligou o ônibus tranquilamente e abriu a porta normalmente sem desespero e o ônibus continuou parado nesse local”.
Descida do ônibus, gritos dos passageiros e velocidade na queda
Matheus explicou que os passageiros pensaram que o ônibus estava parando para a descida dos passageiros, porém o veículo pegou velocidade e caiu no penhasco.
“Eu desci do ônibus, dei dois passos e, ao virar para olhar se as pessoas estavam descendo, já foi o momento em que elas gritaram e quem estava em pé sentou nas cadeiras, com medo. Elas achavam que era só questão de frear o ônibus e ele parar, da mesma forma que eu achei. Antes mesmo dos meus olhos piscarem, o ônibus pegou uma velocidade inexplicável, subiu a calçada e começou a chegar próximo do penhasco. Infelizmente, o veículo começou a descer o penhasco e só dava para escutar os gritos das pessoas, que estavam dentro do ônibus”.
Desespero e pedido de socorro
O passageiro ainda disse ao TNH1 que entrou em desespero na tentativa de encontrar um sinal telefônico. Após conseguir restabelecer a rede, ele acionou o Corpo de Bombeiros e pediu socorro.
“Então chegou o momento em que me desesperei, tentando achar um sinal de celular para me comunicar com alguém do platô da serra ou até mesmo da cidade. Quando consegui contato, solicitei que chamassem todos os bombeiros da cidade, polícia e tudo, que fosse um suporte para salvar as vidas que tinham caído do penhasco a baixo. Então, voltei ao local onde aconteceu a queda e os primeiros a chegarem no local foram moradores que moram na região onde o ônibus caiu. Eles estavam assustados e perguntaram o que tinha acontecido, pois tinham ouvido um barulho muito forte no quintal de casa. Foi quando falei que tinha sido um ônibus que tinha acabado de cair, então os moradores entraram na mata e foram tentar chegar no local para salvar as pessoas. Em seguida, os guardas e os ajudantes da limpeza da Serra também começaram a descer no local, e foi onde começou toda a busca para salvar vidas”, finalizou.
