Fernando Valoz, pai de Fernanda Silva Valoz da Cruz Pinto, a mulher de 27 anos que morreu vítima de envenenamento, confirmou, em entrevista ao TNH1, na tarde desta quarta-feira, 27, que a família acredita que a substância que matou a jovem estava em um bombom de chocolate. Segundo ele, a filha relatou a uma prima dela antes de morrer que passou mal minutos após comer o doce dado como “presente” por uma pessoa no Centro de Maceió, no dia 3 de agosto deste ano. Os familiares agora esperam que a polícia dê celeridade ao inquérito e prenda o suspeito ou a suspeita do possível crime.
“Ela contou para a minha sobrinha, prima dela, que foi pagar uma conta, um boleto, no comércio. Aí na correria foi abordada por uma pessoa que se apresentou como cigana, e que pediu para ler a mão dela. Minha filha estava com pressa, mas acabou parando e atendendo ela. E aí quando ela parou, a cigana leu, e disse para ela ter cuidado, que ela tinha poucos dias de vida. Minha filha disse que ficou assustada, e aí a cigana disse que ia dar um presente a ela, e deu esse bombom de chocolate, que era para ela comer quando sentisse fome”, disse o pai.
Ainda de acordo com Fernando, o intervalo de tempo entre o primeiro sintoma e a morte foi menor que 24 horas. “Minha filha disse que 40 minutos depois de comer, começou a sentir uma dor na barriga e foi para casa. Chegou em casa teve diarreia e muitas dores, tomou dipirona para passar, depois tomou um chá, mas continuou piorando e teve que ir para o hospital no final da noite, por volta de 11 horas”, afirmou.
“Lá na Santa Casa, ela ficou sob observação, tomou medicamento para aliviar a dor, e ficou com essa minha sobrinha de acompanhante, prima dela. Aí quando foi perto das 4 da manhã, ela começou a ter falta de ar, a espumar pela boca, revirando os olhos, provavelmente reação do veneno, e aí com 20 minutos morreu”, continuou.
(Crédito: Arquivo Pessoal)
Seu Fernando informou ainda que a família ficou desconfiada dos sintomas, apesar de eles serem semelhantes ao de pessoas que sofrem com úlcera e gastrite, que era o caso de Fernanda, no mesmo dia da morte e ele solicitou a autópsia dela antes do sepultamento. “Eu desconfiei porque minha filha tinha problema com úlcera, com gastrite, mas sempre apresentava quadro de vomitar, às vezes vomitar sangue, mas depois parava. E estava sendo acompanhada e medicada. Ela vinha cuidando da saúde dela. E aí quando eu soube que minha filha estava espumando pela boca achei estranho, por isso pedi a autópsia. Minha filha já estava no caixão, e eu pedi para tirar, porque eu queria esclarecer isso”
O pai da jovem contou que ainda não foi procurado pela polícia depois de o laudo ter sido divulgado pela Polícia Científica. “Fui diversas vezes na delegacia, na Rua do Sol, mas toda vez que eu perguntava, falavam que não tinha avanço pois dependia do resultado do laudo, para saber se minha filha tinha morrido ou não por envenenamento. Então agora eu espero que tudo seja esclarecido”.
“Minha filha estava normal, o comportamento dela estava normal. Sempre falava com ela, e ela estava tocando a vida dela. Ela passou a vida se dedicando a filha dela, minha neta, que precisava de cuidados especiais. Ela estava bem”, acrescentou o pai ao destacar que a jovem deixou uma menina de 9 anos, que é cadeirante. Fernanda Valoz morava na casa da sogra com o companheiro, no bairro do Pontal da Barra, e deixou o companheiro e a filha criança.
O TNH1 procurou a Polícia Civil para saber sobre o andamento do inquérito, mas não obteve retorno até o momento. A matéria será atualizada com as informações dos investigadores.