Em visita-surpresa a Kiev, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, anunciou nesta segunda-feira (2) uma nova ajuda militar à Ucrânia no valor de € 650 milhões (R$ 4,1 bilhões) e prometeu que a Alemanha continuará sendo o maior apoiador do país na Europa.
“A Ucrânia pode contar conosco. Nós dizemos o que fazemos. E nós fazemos o que dizemos. Para deixar isso claro novamente, viajei para Kiev na noite passada: de trem por um país que tem se defendido da guerra de agressão russa há mais de mil dias”, escreveu Scholz em sua conta na rede social X.
Logo no começo da visita à capital do país, Scholz e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitaram soldados feridos em um hospital. Entre eles, estavam alguns que perderam partes do corpo durante a guerra.
Zelenski concedeu medalhas a alguns soldados. O restante do programa da visita não foi detalhado por motivos de segurança.
A visita é a segunda de Scholz à Ucrânia desde o início da invasão militar russa na Ucrânia. Na primeira, ocorrida em 16 de junho de 2022, o líder alemão viajou para Kiev acompanhado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, pelo presidente romeno, Klaus Iohannis, e pelo então primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.
Scholz chegou a Kiev em meio a uma escalada de ataques aéreos entre ambos os lados na Ucrânia e à campanha eleitoral da Alemanha para as eleições antecipadas de 23 de fevereiro, nas quais a guerra no Leste Europeu é uma das questões centrais.
Sociais-democratas, verdes e liberais, antigos parceiros do governo, assim como os conservadores, estão unidos em seu apoio militar à Ucrânia. Entretanto, enquanto Scholz continua recusando a entrega de mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus, o líder conservador Friedrich Merz afirma que enviará essas armas para o país invadido, caso se torne chefe de governo.
A visita a Kiev ocorre também apenas semanas depois de Scholz ter sido criticado por Zelenski por ter falado ao telefone com o presidente russo, Vladimir Putin. O líder ucraniano disse que a chamada do premiê alemão “abriu uma caixa de Pandora”, enfraquecendo o isolamento do líder russo.
No domingo (1º), o novo presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, iniciou o seu mandato com uma viagem a Kiev para mostrar o que chamou de apoio inabalável da União Europeia à Ucrânia, ao lado da alta representante da UE para Relações Exteriores, a estoniana Kaja Kallas, e da comissária europeia para Ampliação, a eslovena Marta Kos.
Na última sexta-feira (29), Zelenski sugeriu que um acordo de cessar-fogo com a Rússia poderia ser alcançado se o território ucraniano sob controle de Kiev estivesse “sob o abrigo da Otan” e ele pudesse negociar diplomaticamente a devolução da parte ocupada pelas forças russas posteriormente.