O número de mortes provocadas pela passagem do furacão Helene nos Estados Unidos subiu para 63 na noite deste sábado (28), enquanto equipes de emergência ainda procuravam sobreviventes em áreas devastadas de vários estados do sul e do leste do país.
Pelo menos 24 pessoas morreram na Carolina do Sul, 17 na Geórgia, 11 na Flórida, dez na Carolina do Norte e uma na Virgínia, segundo um balanço elaborado pela agência de notícias AFP a partir de declarações das autoridades locais.
“Estou profundamente entristecido pelas perdas humanas e pela devastação causadas pelo furacão Helene”, disse o presidente americano, Joe Biden, neste sábado. “O caminho para a recuperação será longo.”
A tempestade criou um rastro de destruição e deixou milhões de americanos sem eletricidade —equipes de resgate trabalham para restabelecer o fornecimento de energia e lidar com as consequências dos alagamentos e deslizamentos de terra, que destruíram casas, estradas e negócios em vários estados.
O Helene atingiu a costa americana na tarde de quinta-feira (26) perto de Tallahassee, capital do estado da Flórida, como um furacão de categoria 4, em uma escala que vai até 5, e ventos de 225 km/h. Antes, ele havia se deslocado sobre águas em altas temperaturas após se formar no Golfo do México.
“É provável que essas águas quentes tenham influenciado a rápida intensificação de Helene”, explicou à AFP a climatologista Andra Garner.
No dia seguinte, ele enfraqueceu e foi rebaixado para uma tempestade tropical, mas seguiu causando estragos por várias regiões, provocando intensas inundações, antes de gradualmente perder força.
Seis estados decretaram emergência: Alabama, Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Tennessee. Em Cedar Key, uma ilha com apenas algumas centenas de habitantes na costa oeste da Flórida, os telhados das casas foram arrancados e as paredes destruídas.
“É de partir o coração ver isso”, disse Gabe Doty, um funcionário municipal, à AFP. “Muitas casas desapareceram, o mercado desapareceu. A agência dos correios não existe mais. É uma verdadeira tragédia, e será difícil reconstruir”, lamentou ele.
“Esta é uma das piores tempestades da história moderna em partes do oeste da Carolina do Norte”, disse o governador Roy Cooper em uma entrevista coletiva na noite de sexta-feira (27). Segundo seu gabinete, as operações de resgate continuam.
Na vizinha Carolina do Sul, mais de um milhão de pessoas permaneciam sem eletricidade no sábado, assim como outras 730 mil na Geórgia e várias centenas de milhares em outros estados, segundo o site de monitoramento poweroutage.com.
Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.
Dados da Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência das mudanças climáticas.