Negociadores liderados pelos EUA estão cada vez mais perto de um acordo no qual Israel suspenderia a guerra na Faixa de Gaza por cerca de dois meses em troca da libertação de mais de 100 reféns ainda detidos pelo Hamas. A expectativa é de que o acordo seja selado em duas semanas.
As conversas envolvem um projeto de acordo escrito que une as propostas apresentadas por Israel e pelo Hamas nos últimos dez dias num quadro básico que será objeto de ajustes em Paris neste domingo (28).
Embora ainda existam divergências importantes a serem resolvidas, as lideranças estão cautelosamente otimistas de que um acordo final esteja próximo, de acordo com autoridades dos EUA que insistiram no anonimato para discutir negociações delicadas.
O presidente Joe Biden conversou por telefone separadamente na sexta-feira com os líderes do Egito e do Qatar, que serviram como intermediários com o Hamas, para diminuir as diferenças restantes. Ele também vai enviar a Paris o diretor da CIA, William Burns, para participar das conversas deste domingo.
Neste sábado (27), o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu reafirmou o seu compromisso em garantir a libertação dos reféns que não foram libertados na primeira leva de novembro.
A trégua de curta duração no final do ano passado resultou numa pausa de sete dias nos combates em troca da libertação de mais de cem reféns pelo Hamas e de cerca de 240 prisioneiros e detidos palestinos detidos por Israel. Cerca de 136 pessoas detidas em 7 de outubro, quando teve início a guerra, continuam desaparecidas, incluindo seis norte-americanos, embora exista uma previsão de que cerca de 20 deles deles estejam mortos.
O acordo agora fechado teria um escopo mais amplo do que o anterior, dizem as autoridades. Na primeira fase, os combates parariam durante cerca de 30 dias enquanto mulheres, idosos e reféns feridos seriam libertados pelo Hamas.
Durante esse período, os dois lados trabalhariam nos detalhes de uma segunda fase que suspenderia as operações militares por cerca de mais 30 dias em troca da detenção de soldados israelenses e civis do sexo masculino.
Autoridades próximas das negociações acreditam que se Israel interromper a guerra por dois meses, provavelmente não a retomará da mesma forma que a tem travado até agora. A trégua proporcionaria uma janela para mais diplomacia que poderia levar a uma resolução mais ampla do conflito.