O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) divulgou que, nessa quinta-feira (05), entrou com recurso contra a decisão judicial que concedeu liberdade a Igor Campioni, mais conhecido como “O Rei do Orgânico”. Ele é sócio do influenciador digital Kel Ferreti e ambos foram presos na quarta-feira (04), durante a Operação Trapaça.
No entanto, após a audiência de custódia, apenas Igor foi solto, enquanto que Ferreti teve a prisão preventiva mantida e seguiu para o presídio Baldomero Cavalcanti, onde, até então, permanece detido em um módulo apenas para ex-militares situado no presídio, o Centro de Observação Criminológica (COC).
Por meio do recurso, o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF) quer que os magistrados reconsiderem a decisão que substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, por entender que a liberdade do investigado coloca em risco a apuração que ainda está em curso. Caso não haja a reconsideração, o Gaesf deve recorrer à Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
O caso – Realizada pelo MPAL, a Operação Trapaça cumpriu mandados de prisão contra envolvidos em uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line, nessa quarta. O foco da investigação é o “Fortune Tiger”, mais conhecido como jogo do tigrinho.
O jogo é uma espécie de cassino virtual que promete, de forma fraudulenta e/ou ilusória, supostamente, ganhos fáceis e elevados, a partir de sua promoção, numa verdadeira campanha de divulgação, envolvendo influenciadores digitais.
Entre os presos estava o influenciador digital, Kel Ferreti. A investigação do Gaesf aponta que ele, que é conhecido por esbanjar uma vida de luxo, lidera uma organização criminosa, induzindo milhões de seguidores a comprar produtos e serviços, como jogos de apostas, com promessas de prosperidade quase que imediata.
O sócio dele, Igor Campioni, mais conhecido como “O Rei do Orgânico”, também foi preso, mas foi solto. Já a esposa de Kel, Mylla Ferreti, que também é criadora de conteúdo digital e é investigada por lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar on-line, vai cumprir medidas cautelares.
Ela não poderá sair do estado nem se comunicar com outros investigados. Além disso, terá que se apresentar periodicamente à Justiça e está proibida de usar as redes sociais, assim como os outros dois.
Recentemente, as operações do Ministério Público e policiais em todo o Brasil já apreenderam milhões de reais em bens de influenciadores envolvidos em esquemas similares.