O ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu nesta terça-feira (16), em audiência no Senado, a aprovação do projeto que prevê a reforma do ensino médio e evitou fazer muitos comentários sobre a greve dos professores universitários, iniciada nesta segunda (15).
Ele foi convidado pela Comissão de Educação do Senado a prestar esclarecimentos sobre ações da pasta, os problemas na divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) de 2024, entre outros assuntos.
O texto sobre a reforma do ensino médio, apresentado pela governo Lula, recebeu o aval da Câmara dos Deputados em março e aguarda relatório da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO).
“A gente espera que este projeto possa ser apreciado e aprovado o mais breve possível. O grande objetivo de todos nós é melhorar o ensino médio brasileiro, para que o jovem possa ter uma escola mais atrativa, que olhe o projeto de vida do aluno, que ele permaneça na escola e tenha uma formação. Garantir os catálogos, rever a carga horária e estimular os cursos técnicos é fundamental”, disse Camilo Santana.
A proposta em discussão na comissão altera a reforma anterior. O texto aumenta para 2.400 horas a carga horária da formação geral básica (somados os três anos do ensino médio) dos alunos que não optarem pelo ensino técnico. A legislação atual prevê 1.800 horas para a formação geral básica.
Problemas no Sisu e greve dos professores
Sobre o problema na divulgação do resultado do Sisu, o ministro Camilo Santana admitiu que “houve erro” no sistema.
“O erro foi que o sistema divulgou o resultado antes da hora de divulgar. Alguém acionou o sistema para autorizar o resultado antes da sua conclusão. Afastamos algumas pessoas responsáveis por isso”, explicou Santana.
Segundo ele, a pasta abriu uma investigação administrativa e afastou os servidores responsáveis. “Abrimos uma investigação preliminar para identificar o motivo. Restabelecemos novos protocolos de segurança para evitar que isso acontecesse. Lamentei o episódio. Todos os procedimentos legais e administrativos estão sendo tomados para corrigir isso”, disse.
Já ao ser questionado sobre a greve nas universidades e institutos federais, o ministro tentou amenizar a situação sobre o reajuste salarial e disse que não havia “necessidade” dessa paralisação, tendo em vista, que “o governo está aberto ao diálogo”.
“Não havia necessidade de fazer greve agora. Greve para mim é quando não há mais diálogo, quando acaba a negociação ou toda e qualquer possibilidade de melhorias. O Ministério da Educação e o governo estão abertos ao diálogo; está sentado à mesa com representantes dos professores e servidores”, disse o ministro.
Camilo Santana garantiu que o governo deve se reunir na próxima sexta (19) para apresentar uma proposta de negociação aos professores e aos servidores técnicos.
*Com informações da Agência Senado