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Milei chama líder da Colômbia de ‘assassino terrorista’ – 28/03/2024 – Mundo

A Colômbia ordenou nesta quarta-feira (27) a expulsão de diplomatas da Argentina de seu território. A diretriz é uma reação à uma fala do presidente argentino, Javier Milei, que na data voltou a chamar seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, de “assassino”, desta vez em entrevista à rede CNN.

“Não se pode esperar muito de alguém que era um terrorista assassino”, disse ele, referindo-se ao passado do colombiano no M-19 (Movimiento 19 de Abril), primeira guerrilha do país a realizar um acordo de paz e entrar na política, em 1990.

Esta não foi a primeira vez que Milei usou o termo para se referir a Petro, primeiro presidente de esquerda de seu país. No final de janeiro, o argentino descreveu seu homólogo como um “assassino comunista que está afundando a Colômbia”, motivando a convocação do embaixador de Bogotá em Buenos Aires, Camilo Romero, para consultas.

A chancelaria colombiana fez referência a esse histórico ao anunciar a expulsão dos diplomatas argentinos. Em comunicado, ela declarou que os comentários de Milei afetam a relação de irmandade entre os países e ofendem a “dignidade do presidente Petro, que foi eleito de maneira democrática”.

A rusga entre Milei e Petro teve início antes mesmo de o argentino ser alçado à Presidência. No ano passado, pouco depois de sua inesperada vitória nas primárias, o ultraliberal afirmou a uma rádio colombiana que socialistas eram “lixo”, “excremento humano”.

Petro reagiu escrevendo em uma postagem no então Twitter, hoje X, que o líder nazista Adolf Hitler costumava dizer a mesma coisa —comunistas, assim como judeus, ciganos, homossexuais e pessoas com deficiência, foram perseguidos em massa pelo regime alemão.

Três dias depois, questionado sobre o comentário em outra entrevista, Milei disse que nada vindo de um socialista o surpreendia. “Esses são parte da decadência”, acrescentou.

Depois, quando Milei lançou a chamada “lei ônibus”, Petro afirmou que 20 mil estudantes colombianos que estudavam na Argentina seriam “literalmente expulsos” caso ela fosse aprovada.

O texto, retirado do plenário da Câmara em fevereiro após discordâncias, previa a manutenção da gratuidade das universidades estatais para argentinos e estrangeiros que tivessem residência permanente no país, mas liberava que essas instituições cobrassem mensalidade daqueles que não cumprissem os requisitos.

Na mesma entrevista à CNN que motivou a ordem de expulsão dos diplomatas argentinos de Bogotá, Milei respondeu às críticas que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, também conhecido como AMLO, havia feito contra ele.

“É um elogio que um ignorante como López Obrador fale mal de mim, me engrandece”, disse.

Fonte: Folha de São Paulo

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