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Milei anuncia plano para mudar embaixada da Argentina em Israel para Jerusalém – 06/02/2024 – Mundo

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou, logo depois de aterrissar em Israel, nesta terça-feira (6), que tem planos de levar para Jerusalém a embaixada que seu país mantém atualmente próximo a Tel Aviv.

“Obviamente que é meu plano mudar a embaixada para Jerusalém ocidental”, disse o mandatário, quando o ministro israelense de Relações Exteriores, Israel Katz, recebeu o líder sul-americano no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv.

Em sua segunda viagem ao exterior desde que assumiu a Presidência, em dezembro, Milei afirmou que quer expressar desta forma seu “apoio ao povo de Israel” e “defender a legítima defesa” do Estado israelense frente aos terroristas do Hamas.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, recebeu com satisfação o anúncio, que é considerado um apoio diplomático importante à reivindicação israelense sobre Jerusalém como sua capital indivisível.

O Hamas, mergulhado desde outubro em um guerra contra Israel em Gaza, território que governa desde 2007, reagiu ao anúncio condenando “energicamente” os planos do presidente argentino.

Seria “um desrespeito aos direitos humanos do nosso povo palestino à sua terra e uma violação às normas do direito internacional, considerando Jerusalém terra palestina ocupada”, afirmou o Hamas.

Atualmente, a embaixada argentina se encontra em Herzliya, perto de Tel Aviv, onde se localiza a grande maioria das representações diplomáticas.

Se Milei cumprir sua promessa, a Argentina se tornaria um dos poucos países que têm sua principal missão diplomática em Jerusalém em vez de Tel Aviv. Hoje, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Kosovo e Papua Nova Guiné têm embaixadas na cidade.

Os Estados Unidos mudaram a sua para a cidade em 2018 sob a presidência de Donald Trump após reconhecer a cidade como capital de Israel. Quando presidente, Jair Bolsonaro (PL) afirmou que faria a mudança, mas ela nunca ocorreu.

Antes de partir de Buenos Aires, Milei, um economista que, nos últimos anos, se aproximou do judaísmo e cujo país abriga a maior comunidade judaica da América Latina, havia dito que Israel é um importante aliado para a Argentina, assim como os Estados Unidos.

Nesta terça, ele se reuniu com o presidente Isaac Herzog e afirmou que a Argentina prevê declarar o Hamas um “grupo terrorista”.

A disputa territorial por Jerusalém, uma cidade importante para judeus, cristãos e muçulmanos, está no centro do conflito israelo-palestino. As Nações Unidas concederam em 1947 um status internacional especial para a cidade, mas ela ficou dividida depois da guerra que ocorreu após a criação do Estado de Israel, em 1948.

O país tomou Jerusalém Oriental da Jordânia durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, depois a anexou e considera toda a cidade como sua capital indivisível. Jerusalém está sob autoridade israelense desde então, mas os palestinos reivindicam a parte oriental como capital de seu futuro Estado.

Após sua chegada, o presidente argentino visitou o Muro das Lamentações, em Jerusalém Oriental, local de oração sagrado para judeus, onde foi recebido por uma multidão.

Alguns dos presentes gritaram seu lema de campanha que exalta a liberdade, e outros tremulavam bandeiras argentinas. Milei parecia emocionado, com os olhos avermelhados, ao se aproximar do muro, onde passou vários minutos com a testa tocando as pedras e os braços estendidos.

Na quarta-feira, ele tem uma reunião agendada com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.

Durante sua viagem, Milei terá encontros com empresários e rabinos, visitará o museu do Holocausto, Yad Vashem, e irá a um dos kibutzim atacados pelo Hamas no dia 7 de outubro. O mandatário argentino prevê se reunir com familiares de pessoas sequestradas pelo Hamas.

De Israel, Milei viajará para a Itália, para se encontrará com o papa Francisco na segunda-feira, no Vaticano, e se reunirá com o presidente italiano, Sergio Matarella, e com a primeira-ministra, Giorgia Meloni.

Fonte: Folha de São Paulo

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