O governo da Malásia anunciou nesta sexta-feira (20) a retomada das buscas pelos destroços da aeronave do voo MH370 da Malaysia Airlines, que decolou da capital Kuala Lumpur em direção a Pequim no dia 8 de março de 2014, com 239 pessoas a bordo, e desapareceu de forma misteriosa.
As operações de busca do avião, um Boeing 777, foram consideradas as mais importantes da história da aviação —ainda assim, a aeronave nunca foi localizada. A retomada foi proposta pela empresa Ocean Infinity, especializada em robótica marinha, que pretende abranger uma área de 15 mil quilômetros quadrados (o equivalente a dez vezes a área do município de São Paulo) no sul do oceano Índico.
“A proposta de uma operação de busca por parte da Ocean Infinity é sólida e merece ser considerada”, disse Anthony Loke, ministro dos Transportes da Malásia. A companhia, que tem equipes no Texas e na Inglaterra, encontrou o submarino argentino San Juan, desaparecido no Atlântico, em 2018, e o submarino francês Minerve, desaparecido na década de 1960, em 2019.
A expectativa é de que a buscas comecem no início de 2025, após a finalização e a assinatura do contrato de 18 meses entre o Ministério dos Transportes e a Ocean Infinity, segundo Loke. “Fomos informados de que o momento ideal para a busca nas águas designadas é entre janeiro e abril. Estamos trabalhando para finalizar o acordo o mais rápido possível.”
O governo malaio já recorreu à Ocean Infinity nas buscas pelo Boeing 777 em 2018. Sem sucesso, a operação subaquática passou por Malásia, Austrália e China, cobrindo uma área de 120 mil quilômetros quadrados no sul do oceano Índico, e custou US$ 70 milhões (hoje, cerca de R$ 430 milhões).
Desta vez, o mesmo valor é prometido apenas se uma quantidade suficiente de destroços da aeronave for encontrada —se isso não ocorrer, a empresa não receberá pagamento, de acordo com o ministro. “A nova área de busca proposta pela Ocean Infinity se baseia nas últimas informações e análises de dados realizadas por especialistas e pesquisadores”, afirma.
Desde o sumiço, alguns destroços do avião apareceram ao longo da costa da África e em ilhas no oceano Índico. O desaparecimento sempre foi objeto de teorias, sobretudo a de que se tratou de um ato planejado pelo piloto Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos à época.
Um relatório de 495 páginas sobre o desaparecimento em 2018 disse que os controles do Boeing 777 podem ter sido manipulados deliberadamente para sair do curso, mas os investigadores não puderam determinar quem foi responsável e não chegaram a uma conclusão sobre o que aconteceu, dizendo que isso depende da recuperação de mais destroços.