A Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela confirmou nesta terça-feira (5) que o país terá eleições para presidente no dia 28 de julho, data em que nasceu Hugo Chávez, líder do país até sua morte, em 2013 —o dia escolhido para o anúncio, por sua vez, é a data em que Chávez morreu.
O presidente do órgão eleitoral, Elvis Amoroso, anunciou a data durante entrevista coletiva, aprovada pela CNE “por unanimidade”.
No comunicado, a CNE afirma que as datas de postulação das candidaturas ocorrerá entre os dias 21 e 25 de março. A campanha eleitoral começa no dia 4 de maio.
A indefinição quanto à data do pleito corria em meio à perseguição aos principais nomes da oposição à ditadura de Nicolás Maduro.
No ano passado, Caracas inabilitou eleitoralmente María Corina Machado, a principal opositora do líder venezuelano —ela havia sido escolhida em votação primária para disputar a eleição e, apesar de considerada inelegível por 15 anos, descarta desistir da candidatura.
A nova data não afasta os temores relativos à disputa. Em janeiro, Maduro disse que os acordos com a oposição para convocação do pleito estavam “mortalmente feridos” após virem à tona denúncias de supostos planos para assassinar o ditador.
As tratativas do regime com a oposição tinham levado os Estados Unidos a suspender temporariamente as sanções ao petróleo venezuelano, mas Washington começou a reimpor as sanções em janeiro depois que o principal tribunal da Venezuela manteve o veto à candidatura de María Corina.
Maduro afirmou em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às margens da cúpula da Celac, na última sexta (1º), que faria eleições em seu país no segundo semestre.
Em conversa que durou pouco mais de uma hora, o líder venezuelano disse a Lula ter articulado um novo acordo com partidos de oposição de seu país. Também havia afirmado que haverá observadores internacionais e auditoria para garantir a lisura do pleito.