O presidente da França, Emmanuel Macron, terminou a sua visita a São Paulo nesta quarta-feira (27) em um jantar misterioso, restrito a convidados, no hotel Rosewood, um dos mais luxuosos da cidade, no bairro da Bela Vista (região central).
Nem mesmo o alto escalão do hotel soube informar o menu ou os convidados da reunião.
Nas últimas horas, a garoa e o frio deram um clima de paz às ruas que cercam o Rosewood. Parecia uma noite comum: turistas estrangeiros e deslumbrados enfileiravam seus carrões na entrada do estabelecimento e, um a um, seguiam em direção aos restaurantes.
Minutos antes de chegar ao hotel, não se ouvia falar francês no local. A segurança era feita tão somente pelos funcionários do estabelecimento. De repente, 30 seguranças franceses impediram a permanência das pessoas na recepção, dando passagem a Macron, que chegou, por uma entrada lateral, na alameda Rio Claro, pouco depois das 22h.
O presidente francês não estava em nenhum restaurante do Rosewood. Só se sabe que a Embaixada da França reservou um espaço privativo para o jantar. Alguns diplomatas se reuniram em rodinhas no térreo, antes de o forte aparato de segurança limpar os penetras.
De tão misterioso o evento, parte da equipe de segurança pôde se dar ao luxo de ficar sentada do lado de fora, de pernas abertas, batendo papo e respondendo a mensagens de texto. Em dado momento, tomaram emprestado da cozinha alguns copos com água e gelo, brindando como se estivessem tomando uísque.
Havia uma expectativa de que artistas brasileiros se reunissem à mesa. O único que apareceu ali foi o ex-jogador Raí, ídolo do Paris Saint-Germain.
Macron chegou até mesmo a manifestar o desejo de jantar com Chico Buarque. Para a frustração do líder francês, o vencedor do prêmio Camões, que tem romances de sua autoria no acervo do Rosewood, não se pronunciou.
Passava da 0h30 desta quinta (28) quando Macron, rodeado por assessores, desceu do elevador. Nesse momento, a reportagem foi expulsa do hotel pela segurança. O presidente só foi embora 45 minutos depois, em um dos carrões que formavam o comboio na alameda Rio Claro.
Curiosamente, Macron não passaria a noite no Rosewood. Ele escolheu dormir na concorrência, o Tivoli Mofarrej, na alameda Santos.