O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou na manhã desta sexta-feira (16) com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, ganhador do prêmio Nobel da Paz, mas agora criticado por levar adiante uma guerra contra rebeldes de seu país.
Lula foi recebido em uma cerimônia oficial no palácio do governo, em uma de suas agendas bilaterais às margens da cúpula da União Africana, que começa no dia seguinte.
O presidente chegou à sede do governo pouco antes das 11h — 5h do horário de Brasília. Foi recebido com as cerimônias destinadas a chefes de Estado e depois se reuniu com o primeiro-ministro etíope. Lula ainda foi convidado para um almoço pelo chefe do governo do país.
Ao contrário do encontro com o ditador egípcio Abdel Fattah al-Sisi, a imprensa não pode acompanhar os eventos dentro do palácio e não houve declaração conjunta aos jornalistas.
Segundo a presidência da República, os dois líderes discutiriam temas da agenda bilateral, como cooperação para o desenvolvimento e promoção do comércio.
Lula também busca articular com países africanos apoio para a reforma das organizações internacionais, em particular econômica. O mandatário já havia tratado disso durante encontro com o ditador egípcio Abdel Fattah al-Sisi, em sua passagem pelo Cairo, no início da viagem à África.
Abiy Ahmed é considerado uma figura controversa no cenário internacional. Em 2019, foi premiado com o Nobel da Paz por suas ações, já à frente do governo do país, para encerrar o conflito entre Etiópia e Eritreia.
No entanto, desde então, o seu caráter pacificador vem sendo colocado em xeque por outras guerras que levou adiante. Tropas federais estão atualmente efetuando ataques com drones contra rebeldes chamados de milícia Fano, no estado de Amhara, sendo que algumas organizações de direitos humanos apontam que está em andamento um genocídio.
Antes de seguir para a sede do governo, Lula foi até o memorial da Batalha de Ádua, na luta colonial etíope contra a Itália. O mandatário colocou flores e depois visitou o museu do memorial.
Neste sábado (17), o presidente vai participar da cúpula anual da União Africana, também em Adis Abeba. O mandatário brasileiro deve discursar, além de ter reuniões bilaterais com chefes de Estado. O presidente vai tratar com outros líderes de cooperação, comércio, desenvolvimento e, novamente, angariar apoio internacional para a reforma do sistema internacional de governança.