O presidente Lula (PT) recebeu nesta segunda-feira (22) o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Segundo a Secom (Secretaria de Comunicação), eles discutiram a volta do Partido Trabalhista ao poder naquele país com a eleição de Keir Starmer, de quem Blair é próximo. Também discutiram uma reunião de governos democráticos contra o extremismo que ocorrerá no final de setembro, à margem da Assembleia Geral da ONU.
“Durante a conversa, que durou cerca de 45 minutos, eles trocaram impressões sobre a volta do Partido Trabalhista ao poder no Reino Unido após 14 anos de governos conservadores. Falaram da importância dessa transição no momento atual e comentaram sobre as transformações em curso na geopolítica mundial”, diz a nota da Secom.
De acordo com a nota, Lula falou ainda sobre “seu otimismo com o crescimento econômico do Brasil”, citando dados como a geração de empregos formais e investimentos da indústria.
“Falaram também sobre os trabalhos do G20 e as agendas desenvolvidas pelo Brasil, como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a taxação de super-ricos; da presidência brasileira dos BRICS e da organização da COP30 em Belém, no ano que vem”, prosseguiu o texto.
Esta foi a segunda vez do ex-primeiro-ministro no Brasil neste terceiro mandato de Lula. A última foi em setembro. Blair foi premiê de 1997 a 2007, sendo contemporâneo de Lula como chefe de governo por cinco anos.
Na saída do Planalto, Blair disse apenas que a reunião com o presidente foi “fantástica”.
A vitória de Starmer no Reino Unido encerrou um ciclo de 14 anos dos conservadores no poder. O Brasil foi uma das poucas nações citadas no plano de governo do Partido Trabalhista britânico, o vencedor das eleições legislativas do Reino Unido realizadas no início do mês.
No documento, o país é descrito como um país “na vanguarda da crise climática” e como possível aliado estratégico na aliança pela energia limpa que os britânicos querem formar.
Em entrevista à Folha, o ex-ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota, embaixador do Brasil em Londres, conta que foi avisado da referência no documento por um integrante do alto escalão da legenda do novo premiê Keir Starmer, como uma sinalização da vontade do governo britânico de estreitar relações com Brasília.