O presidente Lula (PT) conversou nesta terça-feira (9) com o seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, sobre a invasão da embaixada do México por forças policiais do Equador.
De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o brasileiro manifestou solidariedade ao mexicano e disse que a invasão representa “grave ruptura do direito internacional”.
Lula reforçou ainda que o Brasil acompanhará as discussões sobre o tema na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Também nesta terça, a diplomacia fez sua mais dura reprimenda sobre o caso ao afirmar que o Equador cruzou uma linha vermelha ao invadir a embaixada. “Nem nos piores e nos mais sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente o direito à inviolabilidade dos locais de missão diplomática foi violado”, disse a delegação brasileira em um debate na OEA (Organização dos Estados Americanos).
Na noite da última sexta-feira (5), agentes equatorianos encapuzados a bordo de carros blindados entraram na embaixada mexicana, que é um espaço tradicionalmente protegido pelo direito internacional, para retirar à força o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas. Ele tinha um mandado de prisão pendente contra si devido a condenações por corrupção.
Glas é ligado ao ex-presidente Rafael Correa e serviu como vice no país em duas ocasiões. Primeiro, sob o próprio Correa. Depois, sob Lenín Moreno, com quem acabou rompendo.
O episódio desatou uma crise diplomática entre México e Equador. O governo Obrador rompeu relações com o país sul-americano. Diversos líderes da região condenaram a violação do espaço diplomático do México, incluindo o Brasil.
No sábado (6), o Itamaraty divulgou nota na qual diz que a entrada de forças equatorianas na embaixada mexicana “constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”.
“A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”, prosseguiu o governo brasileiro, no mesmo comunicado.