Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfim se reuniu com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Nova York, nesta quarta (20) após desencontros e críticas mútuas.
“Hoje me reuni, em Nova York, com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski. Conversamos sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”, publicou Lula em sua conta oficial no X (ex-Twitter).
Os dois líderes conversaram às margens da Assembleia-Geral da ONU. O encontro se dá após rumoroso desencontro entre os líderes durante a cúpula do G7 em Hiroshima, em maio, evento de que ambos participavam na condição de convidados.
O governo brasileiro afirmou que havia oferecido três horários a Zelenski na ocasião, e que este “simplesmente não apareceu“. Fontes do Planalto minimizaram a importância de Lula não ter se reunido com Zelenski à época.
Depois, em uma entrevista em Kiev à Folha e a outros veículos de imprensa da América Latina, o presidente ucraniano deu versão distinta, dizendo que a culpa pelo episódio não tinha sido de sua equipe. Durante a conversa, ele também alfinetou o petista pela falta de apoio para a criação de um tribunal especial internacional que julgue crimes de agressão na guerra e disse, de forma irônica, que o líder brasileiro quer ser “original” em suas propostas.
Nesta terça (19), questionado por jornalistas sobre as expectativas para o encontro, o petista respondeu que “é uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, suas visões” e que o diálogo seria “sobre os problemas que ele quer conversar comigo“.
Além dos desencontros, as alfinetadas recíprocas refletem o posicionamento brasileiro que por um lado condena a invasão russa, mas por outro reitera que nenhum dos dois lados do conflito procura entrar em negociação.
Antes do encontro entre Lula e Zelenski, a expectativa era de que o brasileiro manteria a proposta que vem defendendo de criação de um “clube da paz”, um grupo de cinco países, segundo diplomatas ouvidos pela Folha, sem interesse direto no conflito entre Rússia e Ucrânia para mediar uma solução pacífica.