Por Aléxia Sousa / Folhapress
A Justiça da Bahia decretou nessa sexta-feira (6) a prisão preventiva (sem prazo) do policial militar Marlon da Silva Oliveira, suspeito de matar um adolescente e atirar contra um jovem, em Salvador.
A Polícia Civil informou que já esteve em três endereços, mas até a tarde de sábado, o policial não tinha sido localizado. Ele é considerado foragido.
O PM prestou depoimento na 1ª Delegacia de Homicídios de Salvador na última segunda-feira (2). Aos investigadores, o agente alegou ter agido em legítima defesa. A reportagem não localizou seus advogados.
Segundo a Polícia Civil, como não houve flagrante e o suspeito se apresentou espontaneamente, o policial foi ouvido e liberado.
Ainda de acordo com a corporação, a prisão preventiva foi solicitada à Justiça ainda na segunda-feira, mas o pedido não foi considerado como urgente pelo plantão judiciário, sendo aceito nesta sexta.
O crime ocorreu na madrugada do último domingo (1º), no bairro do Alto de Ondina. Imagens gravadas por uma testemunha e divulgadas pela imprensa local apontam que o policial rendeu e revistou os dois adolescentes que estavam em uma moto.
Gabriel Santos Costa, 17, e um jovem de 19 anos aparecem rendidos no chão, de bruços e com as mãos na cabeça quando são atingidos pelos disparos do revólver. Na sequência, o policial deixa o local em um carro banco.
O policial atirou ao menos 12 vezes contra os jovens que estavam deitados em via pública. Gabriel morreu no local. O outro jovem foi encaminhado em estado grave para o Hospital Geral do Estado, onde permanece internado.
Os advogados da família de Gabriel, Pedro Fernandes e Dielson Monteiro, classificam o crime como uma execução: “Foi um crime brutal, os meninos estavam rendidos. Não há o que se falar em legítima defesa. Ele escolheu matar”, afirmou Fernandes.
A Polícia Militar informou que “não compactua com qualquer conduta que desvie dos princípios éticos e legais que regem o serviço policial” e destacou que colabora com as investigações. A PM também instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar o caso.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia disse que a Polícia Civil adotou todas as medidas investigativas para esclarecer a motivação e dinâmica do crime.
Os investigadores ouviram testemunhas e também busca imagens capturadas por câmeras de videomonitoramento da região para auxiliar na conclusão do inquérito.