A Saúde mental está em destaque em todos os equipamentos de Saúde de Maceió devido à campanha Janeiro Branco. Temas sobre prevenção do adoecimento da mente e das emoções vêm sendo discutidos, durante todo o mês, com usuários do SUS para reforçar o debate e a conscientização a cerca do assunto. Uma das questões abordadas nesse período diz respeito ao impacto que o uso de telas pode causar na saúde mental das crianças.
De acordo com a psicóloga infantojuvenil da Coordenação Técnica de Atenção Psicossocial da SMS, Silvana Mendonça, o Brasil ocupa o 2º lugar no uso de tecnologias por crianças e adolescentes entre 9 a 17 anos, que tendem a passar uma média de 10 horas por dia em frente às telas.
“Se levarmos em consideração que a indicação máxima para o uso de telas nessa faixa etária é de uma a três horas, a depender do caso, fica fácil perceber que nossas crianças têm exagerado na utilização das tecnologias. Como consequência desse e de outros fatores associados, temos notado um aumento assustador no índice de crianças com transtorno de ansiedade grave, problemas de insônia, dificuldades de se concentrar e socializar, dentre outros sintomas”, enfatizou a psicóloga.
A profissional acrescenta, ainda, que para frear esse contexto, em 2018, a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, a CID-11, incluiu o uso abusivo de jogos eletrônicos na seção de transtornos que podem causar vício.
“Sabe-se que os jogos eletrônicos contribuem consideravelmente para que as crianças permaneçam por mais tempo em frente às telas e acabem dependentes desse uso para sentir prazer, pois por trabalhar com muitos estímulos visuais, auditivos e com sistema de recompensa, o uso de telas faz com que o cérebro libere muita dopamina, levando o corpo à necessidade de sentir cada vez mais esses estímulos para experimentar a mesma sensação, assim como acontece com a dependência de qualquer droga”, acrescentou Mendonça.
Prevenção e tratamento em Maceió
Na Rede Municipal de Saúde de Maceió, o trabalho voltado à conscientização e prevenção sobre o tema é contínuo nas unidades de saúde da cidade. Para as famílias que já estão enfrentando o adoecimento mental infantil em suas casas, a Saúde disponibiliza psicólogos e psiquiatras especializados no atendimento desse público.
“O primeiro passo necessário para lidar com a dependência tecnológica é reconhecer que esse uso está negativo para a vida da criança. Para tal, alguns aspectos devem ser observados, a exemplo da mudança de humor, empobrecimento nas relações sociais, alteração no sono, alteração na percepção do tempo, irritabilidade e dificuldades alimentares. Confirmados esses sintomas, procura-se o profissional e inicia-se um processo que envolve a transformação não só da criança, como da família inteira pelo restabelecimento da saúde do pequeno”, concluiu Silvana Mendonça.
Aumento do diálogo em família, reflexão sobre outras fontes de gratificação e satisfação, ensino de técnicas de relaxamento, melhora da qualidade do sono e diminuição paulatina do uso de tecnologias são algumas estratégias elencadas pela profissional para tratar o adoecimento mental infantil decorrente da utilização excessiva de telas.
Confira abaixo as unidades que disponibilizam especialistas em saúde mental infantil no município:
PAM SALGADINHO (Poço);
URS DR. DIÓGENES JUCÁ BERNARDES – II CENTRO DE SAÚDE (Poço);
UBS MARIA TEREZA HOLANDA COSTA (Ouro Preto);
URS PITANGUINHA (Pitanguinha);
USF PARAÍSO DO HORTO (Chã da Jaqueira);
URS JOÃO PAULO II (Jacintinho);
UBS JOSÉ TENÓRIO (Serraria);
URS DR. IB GATTO FALCÃO (Tabuleiro do Martins);
UBS DJALMA LOUREIRO (Clima Bom);
US JOÃO MACÁRIO DE OMENA (Santos Dumont);
UBS ARTHUR RAMOS (Conj. Henrique Hequelman);
URS MARIA DA CONECIÇÃO PARANHOS (Jacarecica);
UBS TEREZA BARBOSA (Eustáquio Gomes);
USF PESCARIA (Pescaria);
PAM DIQUE ESTRADA (Ponta Grossa);
URS HAMILTONS FALCÃO (Benedito Bentes);
UBS JORGE DUARTE QUINTELLA (Graciliano Ramos).