O Itamaraty condenou, em nota divulgada neste domingo (2), o bombardeio no Líbano que feriu a brasileira Fatima Boustani, 30, e dois de seus quatro filhos no sábado (1º). A pasta relacionou o ataque ao conflito entre Israel e facções extremistas.
“O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1º, em Saddikine, no sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores. “O episódio ocorreu no contexto de ataques das Forças Armadas israelenses no sul do Líbano, e do Hezbollah no Norte de Israel.”
De acordo com a nota, a Embaixada do Brasil em Beirute mantém contato com os brasileiros que moram na região desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que aumentou a tensão no Oriente Médio e resultou em ataques recíprocos entre Israel e outros países da região.
“O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”, afirmou o Itamaraty.
O tio de Fatima, Jihad Azzam, afirmou à Folha no sábado que a sobrinha havia sido atingida na cabeça e passado por uma cirurgia. Neste domingo, ele disse que o quadro havia melhorado e era estável. “Ontem a situação dela estava muito delicada. Ela perdeu sangue pela cabeça e pelos pulmões. Mas, felizmente, superou essa crise e hoje está em um estado melhor”, afirmou.
Segundo Azzam, a pressão de Fatima, que estava alta, estabilizou-se após medicamentos. Ele disse ainda que os filhos da brasileira estão bem. A menina Zahraa foi transferida da UTI para um quarto normal após passar por uma cirurgia bem-sucedida em sua perna esquerda. Já o menino, Ali, 9, sofreu ferimentos mais leves, mas continua internado.
Azzam diz que mantém contato com profissionais que atendem a família no Líbano. Um médico da família recomendou a transferência de Fatima para outro hospital de maior infraestrutura, segundo ele.
“O médico não especificou um prazo para isso, mas a orientação foi de transferi-la quando o estado dela se estabilizasse, para que ela pudesse ser transportada de ambulância e receber o tratamento necessário”, disse. “Estamos em contato com hospitais de nível superior em Beirute e aguardamos a sua admissão.”