Um ataque aéreo de Israel na cidade libanesa de Nabatieh, na noite desta quarta-feira (12), matou um comandante sênior da Força Radwan, uma unidade de elite do Hezbollah, seu vice e um terceiro combatente, informou o Exército israelense nesta quinta (15).
Segundo Tel Aviv, Ali Muhammad Aldbas é o comandante e Ibrahim Issa, o vice. Aldbas ajudou a orquestrar um atentado à bomba em uma estrada no norte de Israel em março do ano passado e esteve envolvido em confrontos na fronteira dos dois países desde outubro, acrescentou o exército.
O Hezbollah, grupo aliado do Irã que apoia os palestinos e o Hamas na guerra contra Israel, disse que três combatentes seus foram mortos, mas não os identificou como os comandantes.
Segundo o Hezbollah, nos ataques de quarta Israel também matou dez civis, metade crianças. Foi o maior número de mortos desde que as farpas com Israel começaram na fronteira sul do Líbano, há quatro meses.
Sete dos civis foram mortos num ataque israelense a um prédio de vários andares em Nabatieh, disseram fontes no Líbano. Os mortos eram da mesma família e incluíam três crianças. Isto ocorreu após uma ofensiva anterior que matou uma mulher e duas crianças na aldeia de al-Sawana, na fronteira, que foram enterradas na quinta-feira.
Os corpos das crianças, envoltos em mortalhas verdes, eram tão pequenos que cada um cabia em duas cadeiras de plástico enquanto as pessoas vinham prestar homenagens. Seu pai os segurava com força antes de serem enterrados.
Hassan Fadlallah, parlamentar e funcionário do alto escalão do governo libanês, respondeu que Israel vai enfrentar represálias. “O inimigo pagará o preço por esses crimes”, disse ele à agência de notícias Reuters. Fadlallah acrescentou que o Hezbollah tem o “direito legítimo de defender seu povo e não hesitará em fazer o que for necessário para protegê-lo” e insistiu que Israel interrompa sua guerra em Gaza.
O Hezbollah afirma também que seus foguetes estão impedindo Israel de lançar uma ofensiva mais ampla no Líbano.
O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, instruiu o ministro das Relações Exteriores, Abdallah Bou Habib, a registrar uma nova reclamação no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre os ataques que causaram as vítimas de quarta-feira.
As ofensivas israelenses ocorreram após o bombardeio de uma base militar no norte de Israel que matou um soldado. O Hezbollah não assumiu a responsabilidade.