Israel intensificou nesta segunda-feira (8) os bombardeios no sul da Faixa de Gaza, atingindo cerca de 30 alvos do Hamas, segundo Tel Aviv, após as Forças Armadas do país afirmarem terem “concluído o desmantelamento” da estrutura militar do grupo terrorista na região norte do território palestino.
As ofensivas indicam uma nova fase na guerra iniciada em 7 de outubro, quando extremistas da facção romperam barreiras e assassinaram aproximadamente 1.200 pessoas em Israel. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse ao americano Wall Street Journal que as forças do país passarão para uma “fase menos intensa” no norte de Gaza, enquanto as ações se concentrarão nas regiões central e sul do território.
Nota divulgada pelo governo de Israel confirmou a declaração de Gallant e disse que a transição começaria em breve, mas sem estabelecer uma data. Quase cem dias após a eclosão do conflito, contudo, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, reiterou que a guerra não terminará até que o país tenha alcançado todos os seus objetivos, incluindo a “eliminação completa” do Hamas e das ameaças militares em Gaza, além da devolução ou resgate dos reféns ainda mantidos em cativeiros.
Tel Aviv disse ter atingido “alvos significativos” do Hamas em ataques feitos por caças nas últimas horas. Os alvos incluíram instalações subterrâneas, depósitos de armas e outras infraestruturas pertencentes ao Hamas, de acordo com militares mencionados pelo jornal The Times of Israel. As ações ajudaram as forças que estão “manobrando na área a continuar lutando”, disse comunicado divulgado pelo governo.
Incursões militares no sul de Israel teriam descoberto um túnel usado por terroristas próximo a uma escola na cidade de Khan Younis, a maior da região sul do território. Armas, explosivos, equipamentos para comunicação e documentos teriam sido apreendidos em outras infraestruturas localizadas ao lado de residências civis.
Durante a operação, vários foguetes foram disparados contra as tropas, que, em resposta, direcionaram fogo de tanques e um ataque aéreo contra a célula terrorista responsável, segundo os militares israelenses. Em outra região de Khan Younis, as tropas se envolveram em batalhas com terroristas escondidos na cidade, direcionando ataques de drones enquanto os caças operavam no alto.
O Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, disse nesta segunda que 73 palestinos foram mortos em Gaza nas últimas 24 horas. No total, mais de 23 mil pessoas morreram no território em ataques atribuídos a Israel desde o começo da guerra.
Sob pressão após a morte de civis, autoridades israelenses anunciaram no último dia 1º a retirada de parte de suas tropas de Gaza. Embora a maioria dos soldados deva voltar à vida civil, relatos na imprensa israelense sugerem que pode haver um deslocamento de efetivo para reforçar a fronteira norte com o Líbano, onde tropas diariamente trocam fogo com extremistas do Hezbollah, grupo extremista islâmico patrocinado pelo Irã e que apoia o Hamas.
Líderes do Hezbollah o identificaram como Wissam al-Tawil, um dos chefes da força de elite do grupo Radwan. Eles disseram que ele e outro combatente foram mortos após um bombardeio atingir o carro em que estavam na região de Majdal Selm, no sul do Líbano.
Ataques israelenses já mataram mais de 130 combatentes do Hezbollah em território libanês desde o começo da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro. Outros 19 foram mortos na Síria.
Na semana passada, Israel matou Saleh al-Arouri, o número dois da ala política do Hamas, em um ataque com drone no sul de Beirute, território controlado pelo Hezbollah. O grupo xiita jurou vingança, e o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que Tel Aviv tentava arrastar o Líbano para a guerra contra os palestinos.