Os militares israelenses disseram nesta quarta-feira (17) que caminhões de alimentos entraram na Faixa de Gaza a partir do porto de Ashdod pela primeira vez desde que o Israel, sob pressão internacional, aprovou a abertura do local para ingresso de ajuda humanitária.
“Oito caminhões de farinha do Programa Alimentar Mundial (PAM) entraram hoje na Faixa de Gaza a partir do porto de Ashdod”, refere o comunicado.
Os veículos passaram por verificações de segurança no porto e depois foram admitidos em Gaza através da passagem de Kerem Shalom, controlada por Israel.
Na terça-feira (16), o escritório de direitos humanos da ONU disse que Israel continua a impor restrições ilegais à ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e declarou que o auxílio ainda está muito abaixo dos níveis mínimos.
Tel Aviv tem enfrentado pressão internacional cada vez maior para permitir a entrada de mais suprimentos na Faixa de Gaza desde que atingiu um comboio de ajuda humanitária em 1º de abril, matando sete funcionários da ONG WCK (World Central Kitchen).
Os militares israelenses alegam que permitiram o ingresso de caminhões com suprimentos por um recém-inaugurado ponto de passagem no norte, pela primeira vez, na última quinta-feira (12). Veículos foram inspecionados em Kerem Shalom, na fronteira com o Egito, antes de seguirem para o norte.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem manifestado preocupação com a crise humanitária na Faixa de Gaza com frequência. No mês passado, a ONU cobrou de Israel mais medidas para entregar ajuda à população palestina diante de um cenário de “fome iminente”.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, desencadeada pelos ataques mortais do Hamas na fronteira, em 7 de outubro, transformou grande parte da região em um deserto, com milhares de pessoas deslocadas e amontoadas em abrigos repletos de doenças.
Mais de 33 mil pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de outubro, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, e mais de 76 mil ficaram feridas. A guerra foi iniciada em resposta aos ataques do Hamas a Israel, nos quais 1.200 pessoas foram mortas e 253 pessoas foram feitas reféns, de acordo com o registro de Israel.