Um tribunal de Hong Kong declarou nesta quinta-feira (29) dois editores do agora extinto veículo de comunicação Stand News culpados de conspirar para publicar artigos sediciosos em um caso que atraiu escrutínio internacional em meio a uma repressão de segurança na cidade governada pela China.
Os dois editores, Chung Pui-kuen e Patrick Lam, podem enfrentar uma pena máxima de dois anos de prisão. Esta é a primeira condenação por sedição contra jornalista ou editor desde a transferência de Hong Kong da Grã-Bretanha para a China em 1997.
É um caso que críticos, incluindo o governo dos EUA, dizem refletir a deterioração das liberdades de imprensa sob uma repressão de segurança nacional que já dura anos na cidade governada pela China.
O Stand News, que foi o principal veículo de mídia online de Hong Kong com uma mistura de reportagens críticas e comentários, foi invadido pela polícia em dezembro de 2021 e teve seus ativos congelados, levando ao seu fechamento alguns dias depois.
Chung, 54, Lam, 36, e a empresa-mãe do veículo, Best Pencil (Hong Kong) Ltd, foram todos acusados de conspiração para publicar publicações sediciosas em conexão com 17 artigos de notícias e comentários entre julho de 2020 e dezembro de 2021.
Chung e Lam se declararam inocentes, com apenas Chung presente no tribunal na quinta-feira para o veredicto. A ausência de Lam não foi explicada.
O juiz do Tribunal Distrital, Kwok Wai-kin, escreveu em um resumo da sentença que, ao tomar uma decisão sobre a intenção sediciosa, o tribunal considerou “o potencial perigo para a segurança nacional” e a situação real na época.